A cozinha é o lugar mais reconfortante da casa porque nele encontramos alimento para o corpo e para a alma. Deixe a Natureza entrar na sua e esqueça os produtos feitos pela indústria alimentícia em geral, que não coloca amor nesse ato nem está preocupada com a saúde do seu organismo e o de sua família!
Esse é um dos segredos de manter o bem-estar - não entregue essa função vital a terceiros - ponha a mão na massa, deixe a preguiça de lado e estabeleça como prioridade fazer a comida que vai mantê-lo longe das doenças!
Esse é um dos segredos de manter o bem-estar - não entregue essa função vital a terceiros - ponha a mão na massa, deixe a preguiça de lado e estabeleça como prioridade fazer a comida que vai mantê-lo longe das doenças!
sábado, 29 de novembro de 2008
Algas, o poder que vem do mar
As algas têm sido usadas como um alimento nutritivo por muitos séculos, mas foram até certo ponto esquecidas pelo mundo moderno.
São poucas as pessoas que decidem incluir algas em suas dietas e algumas precisam de encorajamento antes de fazer o mesmo.
É pena que a idéia de comer algas freqüentemente seja tão estranha à maioria das pessoas, talvez por falta de informação...
De uma forma ou de outra, temos usado algas na nossa alimentação, pois disfarçadas em nomenclaturas de laboratório, são ingrediente importante em produtos como sorvetes, queijos e carnes processadas, assim como também em remédios e cosméticos.
É claro que comer um ingrediente "escondido" não é o mesmo que experimentar um prato de hijki preta-azulada ou uma sopa de wakame com cebolas.
As algas estão entre as formas mais antigas na Terra e, provavelmente, foram a primeira forma celular de vida a existir. Os elementos nutritivos que elas possuem são retirados diretamente da água do mar e convertidos pela planta em compostos orgânicos.
Elas quase não mudaram durante os milhões de anos pelos quais já passaram.
Quem vive junto ao mar sabe dos efeitos moderadores que o oceano exerce na temperatura do ar. Isso ocorre porque a temperatura do oceano muda mais lentamente e varia muito menos. Ao contrário da terra firme e das plantas terrestres, o oceano e as plantas oceânicas não passaram e não passam por graus de mudança tão severos ou tão diretos.
Como o oceano, o nosso sangue consiste essencialmente de formas de vida simples (células sangüíneas), nadando num caldo de minerais dissolvidos. Esses, também encontrados em quantidades mínimas no mar, são vitais para a boa saúde.
Já que seria fatal beber água do mar para nos nutrirmos com esses minerais, eles devem ser incluídos na nossa dieta de outras maneiras.
A melhor é em forma de algas marinhas, que contêm e transmitem a nós as energias do mar. As pessoas que viveram (ou vivem) perto mar sempre se aproveitaram disso (por exemplo, os naturais da Irlanda, Escócia, Islândia, Inglaterra, dos litorais da Europa, da Rússia, das Américas e do Sul do Pacífico).
Os japoneses colhem algas há seculos e fizeram do seu cultivo, processamento e classificação, uma arte refinada.
As algas contêm boa quantidade assimilável de cálcio e fósforo e são excelentes fontes de magnésio, ferro, iodo e sódio. Também possuem vitaminas A, B, C e E, assim como proteínas e carboidratos facilmente assimiláveis (frutose).
Em alguns casos, seu teor de vitaminas é comparável aos das fontes vegetais terrestres mais ricas.
Devido aos minerais e ao efeito alcalinizante que elas causam ao sangue, as algas purificam-no, eliminando efeitos nocivos. Também ajudam a dissolver depósitos de gordura e de muco. O ácido algínico presente nas algas mais escuras como kombu, wakame, kelp e hijiki transforma os elementos metálicos estagnados nos intestinos em sais inócuos facilmente expelidos. Estudos já comprovaram que elas eliminam do organismo o estrôncio-90 (radioativo).
Elas não têm gosto muito salgado, tendo na realidade apenas 2 a 4% de sal. Também não têm gosto de peixe, que é o que muitos pensam. O ideal, para quem está começando a consumir algas, é iniciar com a kombu e outras de sabor mais suave e depois então passar para as de sabor mais forte, como a kelp, wakame e hijiki.
A maioria das algas é avaliada de acordo com a época em que é colhida, sendo esse o fator que determina suculência e preço. Quando secas, no entanto, sua aparência pode ser idêntica, independente de quando foi colhida. Portanto, é necessário escolher uma marca em possamos confiar.
Podem ser usadas em sopas, saladas, cozidas em separado ou com verduras e legumes e até mesmo em chás.
Sua versatilidade na cozinha é tão grande quanto o oceano.
Têm uma qualidade especial quando adicionada aos feijões: diminuem o tempo de cozimento e os fazem mais digeríveis, sendo muito útili para quem tem problemas com gases.
Segue uma relação das algas mais conhecidas e suas caractéristicas, usos e outras dicas:
KOMBU
É um termo que abrange várias algas marrons, vendidas com nomes como dashi-kombu, torro-kombu, nato-kombu, etc; podem ter a forma capilar, retalhada, polpa preta ou branca, mas as 3 mais comuns são a dashi (largas faixas achatadas, usadas principalmente como caldo de sopa), nato (a kombu cortada em tiras finas para ser cozida junto com a alga hijiki) e torro (a kombu em pó, pronta para ser adicionada à comida imediatamente antes de ser servida).
Uma tira de dashi-kombu colocada no fundo de uma panela de arroz ou de legumes faz com que eles não grudem no fundo, devido à sua característica gelatinosa. E se adicionada aos feijões, faz com que cozinhem mais depressa e sejam digeridos com mais facilidade, devido ao alto teor de minerais.
HIJIKI ou HIZIKI
É marrom e, geralmente, as pessoas a consideram como a alga mais difícl de digerir, mas vale a pena acostumar-se com ela, já que é a alga que mais contém cálcio (1.400 mg por cada 100 g de peso, quando secas).
No Oriente, a hijiki é considerada pela tradição popular como alimento excelente para manter o cabelo sadio (será por isso que os japoneses têm cabelos tão bonitos?).
É usada fresca ou após ter sido seca ao sol. Assim como todas as algas desidratadas, elas podem ser reidratadas sendo deixadas de molho (inclusive, usa-se esse molho na preparação de alimentos). No caso da hijiki, não se deixa muito tempo porque ela aumenta cerca de 5 vezes seu tamanho ao se reidratar.
Além do cálcio, ela tem grandes quantidades de proteína, vitaminas A, B1, ferro e menores quantidades de outros minerais.
A hiziki costuma ser confundida com a alga arame, pois são semelhantes no aspecto visual.
WAKAME
Como a kombu e a hijiki, é marrom; aliás, a maioria das algas comestíveis é de cor marrom.
A wakame seca é geralmente adicionada às sopas. Se for assada, pode ser usada como condimento (vira pó facilmente). Muito nutritiva, é ótima fonte de proteína, ferro, cálcio, sódio e magnésio, também contendo vitaminas A, B1, B2, C e outros minerais.
NORI
É uma alga vermelha, vendida seca e prensada em forma de folhas. Ao contrário das outras algas, que são colhidas no mar, a nori é cultivada. Podem ser cozidas até virar geléia, tostadas e e cortadas em tiras e enroladas em volta de bolinhas de arroz ou ainda usadas para fazer o sushi.Têm altíssimo teor de vitamina A e proteína, além de minerais e oligoelementos.
AGAR-AGAR ou KANTEN
Dessa alga vermelha, faz-se uma deliciosa gelatina de ótima qualidade. Depois de descorada ao sol, ela é fervida e filtrada, sendo colocada em moldes e mais tarde, após outros procedimentos, transforma-se em barras. Mas também existem os flocos de agar-agar, mais fáceis de serem processados do que as barras.
Os flocos produzem uma gelatina que é mais firme e estável do que a geletina feita com agar-agar em barras. Também é usada na indústria, pelo seu poder de gelatinização.
A receita mais conhecida feita com essa alga é o que os japoneses chamam de kanten: dissolve-se a agar-agar em suco de maçã, cozinhando-se e adicionando-se fatias ou pedacinhos de suas frutas preferidas. Pode-se também adicionar agar-agar a legumes, verduras e água para se fazer gelatina salgada.
É rica em iodo e oligoelementos.
É a melhor opção para os vegetarianos quanto ao consumo de "gelatinas", pois aquela colorida vendida em caixinhas com desenhos infantis, que as crianças gostam tanto porque é a única que conhecem, é feita com colágeno animal.
OUTRAS ALGAS
São muitas as outras algas comestíveis usadas no mundo inteiro: a alga kelp, por exemplo, usada na indústria como agente estabilizador e emulsificador; pode ser comida crua ou cozida ou usada em pó como tempero.
Outra é a alga arame, com forma semelhante à hijiki, mas mais fina e leve. Ou a alga dulse, a Carragheen etc.
Creio que há tantas variedades quanto o oceano é extenso e profundo, devem haver algumas que, provavelmente, nem conhecemos.
Dos meus "cadernos macrobióticos", década de 70.
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10 comentários:
Vera, este post veio muito a calhar, pois neste mês de janeiro estou tentando estudar as algas.
No fim do link a seguir, o John está "colhendo" e secando suas próprias algas:
http://www.learningherbs.com/news_issue_28.html
Beijos!
Muito legal o link, valeu!
Olá Vera!
Adorei o teu canto e voltarei mais vezes com certeza. Estou tentando melhorar a alimentação da minha família. Quanto as algas adorei e vou procurar conhecer mais um pouco sobre o assunto. Me tira uma dúvida: As cápsulas de alga vendidas em famácia são realmente confiavéis, em relação a sua constituição nutricional?
Abraço,
Ariel
Ariel, extratos costumam manter todos os componentes - creio que o diferencial seria a marca do produto, a procedência.
Prefiro consumir in natura - mas igualmente dessa forma, precisamos saber a procedência...
Volte mesmo!
Oi Vera,
Adorei as informacoes, obrigada!
Achei este blogue muito nutritivo, parabéns e obrigada pela informação.
Usamos algas em quase todas as refeições, e não nos cansamos...
Vou partilhar!
Abraço desde Portugal
Isaura e a equipa do Tinkuy
Isaura, obrigada por apreciar o conteúdo do blog e parabéns pela iniciativa do Centro Tinkuy, sucesso para vocês, irmãos de Portugal - grande abraço!
Conheci o seu blog por acaso e adorei!!! Sou vegetariana e AMO gatos também! Já estou te seguindo. obrigada pelas dicas.
Oba, vamos nos divertir juntas, então! Abraço, Rute!
Amo essas fontes de sais minerais tão saudáveis...
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