A cozinha é o lugar mais reconfortante da casa porque nele encontramos alimento para o corpo e para a alma. Deixe a Natureza entrar na sua e esqueça os produtos feitos pela indústria alimentícia em geral, que não coloca amor nesse ato nem está preocupada com a saúde do seu organismo e o de sua família!

Esse é um dos segredos de manter o bem-estar - não entregue essa função vital a terceiros - ponha a mão na massa, deixe a preguiça de lado e estabeleça como prioridade fazer a comida que vai mantê-lo longe das doenças!

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Porto Alegre é a capital do refri


Fiquei muito chateada ao ler essa manchete na ZH de hoje, é um título que não gostaria que minha cidade ostentasse! Que feio...

Estudo do Ministério da Saúde mostra que em nenhum outro local pesquisado o consumo da bebida industrializada é tão alto


Por mais inusitado que possa parecer, o refrigerante ameaça roubar do chimarrão o posto de bebida mais consumida pelo morador de Porto Alegre. Uma pesquisa sobre hábitos alimentares e atividade física dos brasileiros feita pelo Ministério da Saúde revela que o percentual de adultos que bebe refrigerante pelo menos cinco dias na semana saltou de 16,6% para 39% em três anos.

Divulgados ontem, dados de todas as capitais brasileiras permitem classificar Porto Alegre como a capital do refri. Em nenhuma outra, a bebida industrializada é tão consumida no país. Em ascensão ano a ano, o refrigerante se aproxima do topo da escala de preferência, embora os dados sobre o chimarrão (não avaliados pelo Ministério da Saúde) não sejam atualizados tão frequentemente. Um dos dados mais recentes sobre a tradicional bebida gaúcha é de 2001. Naquele ano, uma pesquisa da Escola de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) apontou que 55% dos porto-alegrenses bebem mate em cinco ou mais dias na semana.

Apesar de ser o consumo de refrigerante o ponto mais preocupante da pesquisa, outros hábitos negativos merecem atenção. A quantidade consumida de frutas, legumes e verduras foi reduzida. Sobrou até para o feijão, principal ingrediente da culinária brasileira ao lado do arroz. A cidade aparece na 22ª posição no ranking das capitais onde mais se come feijão (cinco ou mais vezes na semana), com índice de 49%. Em 2006, era de 53,9%.

Porto Alegre ainda é um das capitais onde menos os moradores se exercitam nos períodos de lazer. Apenas 14,6% da população adulta pratica atividade fisica por 30 minutos diários, cinco dias na semana (ou 20 minutos de atividade intensa em pelo menos três dias na semana), o que a deixa na 23ª posição no país.

Por outro lado, há transformações nos hábitos a comemorar: o porto-alegrense está diminuindo o consumo de carne com gordura nos últimos anos. Entre os 26 Estados e o Distrito Federal, a capital gaúcha ocupa a 13ª posição, com 35,5%. Em 2006, o percentual era de 40,4%.


Irei comemorar o dia em que o porto-alegrense abandonar o consumo de carne...

O que dizem os especialistas

Renata Ramos, nutricionista, professora e coordenadora do Projeto Escola de Alimentos da Unisinos

“Esses resultados aparecem porque as pessoas estão comendo cada vez mais fora de casa. Com a vida mais enlouquecida de hoje em dia, as pessoas comem menos frutas. São raríssimos os adultos que têm regras para comer frutas, ou seja, que levam uma fruta para comer no ônibus ou no meio da tarde. A vida contemporânea não elege como prioridade a alimentação. Isso estimula o consumo de alimentos com mais gordura e mais açúcar. Sobre o aumento do consumo de refrigerantes, acho que no Rio Grande do Sul não se tem o costume de beber sucos. Nesse ritmo, Porto Alegre pode se transformar na capital mais gorda do Brasil. Refrigerante significa obesidade.”

Ivaldo Gehlen, sociólogo e professor do Departamento de Sociologia da UFRGS

“O que se percebe no Brasil sobre os hábitos alimentares se repete em outros locais do mundo. Com a melhoria da renda e do acesso à informação, há uma tendência das pessoas comerem alimentos modificados ou prontos. Tem a ver com praticidade. As pessoas acabam abandonando uma tradição, como cozinhar feijão, para adotar hábitos modernos. É uma tendência de recusa do que a gente era para a modernização. Faz parte da globalização. ”

Giuseppe Repetto, endocrinologista, chefe do Serviço de Endocrinologia da Faculdade de Medicina da PUCRS e chefe clínico do Centro de Obesidade Mórbida da PUCRS

“Os maus hábitos de alimentação e a falta de atividade física têm como consequência o aumento das doenças crônicas degenerativas, como câncer, hipertensão arterial, infarto do miocárdio e AVC (acidente vascular cerebral). Trocar a água pelo refrigerante talvez seja reflexo da força da propaganda, que o apresenta como refrescante, gelado e bonito. Antigamente, as cantinas dos colégios tinham o refrigerante excepcionalmente ao lado de sonhos e empadas. Não tinha a quantidade de acessórios calóricos como os de hoje. À medida que vamos nos diferenciando economicamente, temos mais condições de comprar porcaria. Muito do que é difundido de hábito alimentar hoje vem da mídia e não de orientação dietética adequada.”

Um comentário:

La Tribu disse...

Oi Verinha!
Também tô muito triste por minha cidade ostentar esse título.
Mandei um email praquele endereço que aparece no teu perfil do blog.
Beijo!