A cozinha é o lugar mais reconfortante da casa porque nele encontramos alimento para o corpo e para a alma. Deixe a Natureza entrar na sua e esqueça os produtos feitos pela indústria alimentícia em geral, que não coloca amor nesse ato nem está preocupada com a saúde do seu organismo e o de sua família!

Esse é um dos segredos de manter o bem-estar - não entregue essa função vital a terceiros - ponha a mão na massa, deixe a preguiça de lado e estabeleça como prioridade fazer a comida que vai mantê-lo longe das doenças!

terça-feira, 21 de junho de 2011

Confiança - artigo em extinção?

Falando ainda sobre o ocorrido na Alemanha, com a superbactéria E. coli que, conforme artigo mostrado em post anterior, não existiria na Natureza, mas teria sido "fabricada"... sendo esse blog seguidor do vegetarianismo e defendendo o consumo de alimentos vivos, considero que tal assunto tem que ser bem explorado e divulgado.

Dúvidas e conspirações à parte, em primeiro lugar, gostaria de salientar que procuro me manter imparcial nas questões que abordo - naturalmente, sempre há uma tendência a defender nosso ponto de vista, mas o verdadeiro jornalismo é aquele que mantém a imparcialidade, mostra os fatos e deixa o leitor julgar (mesmo que seja um texto opinativo, espera-se que o leitor encontre subsídios para formar seu julgamento) e mostra, igualmente, os dois lados da moeda.

A produção orgânica tem se desenvolvido rapidamente nos últimos anos e um dos motivos disso é a divulgação, cada vez maior, dos malefícios causados pelo uso de agrotóxicos. O consumidor, sabendo agora que é intoxicado, busca alternativa do alimento orgânico, sem o uso de pesticidas. Obviamente, isso não agrada ao agronegócio, pois significa que a concorrência está em alta e como no mundo capitalista, ser o primeiro é ser o melhor, a questão acaba transformando-se numa guerra, onde nem todas as armas podem ser visualizadas (muitas batalhas são travadas em segredo).
O que ocorreu na Alemanha não ficou devidamente provado - as pesquisas pararam em uma fazenda (não identificada oficialmente) que cultivava brotos de feijão, entre outros produtos - antes disso, outros produtores foram erroneamente acusados, o que levou a instalação do pânico entre consumidores de orgânicos (nota-se aqui que só a PRODUÇÃO ORGÂNICA de alimentos foi alvo de acusações...) e a consequente paralisação do consumo: comer uma salada de alface, tomates e pepino passou a ser um risco de vida!

Os alimentos orgânicos são benéficos por não conter agrotóxicos.
Mas isso não impede que contenham bactérias, protozoários, fungos, restos de insetos, terra contaminada etc e etc.
Para eliminar tais inconvenientes há procedimentos simples:

1) o cozinheiro que irá manipular os alimentos deve estar com as mãos limpas (com ênfase de limpeza sob as unhas), assim como o local onde irá ser produzida a alimentação, bem como os utensílios utilizados; secar as mãos com papel toalha, pois os panos de prato acumulam bactérias com facilidade;

2) não usar lixeira de pia, pois ela aproxima as bactérias dos alimentos;

3) utensílios de madeira são excelente moradia para bactérias - as melhores tábuas para corte são as de vidro;

2) as verduras devem ficar de molho em água e vinagre, pelo menos 30 minutos (no caso de orgânicos, pois agrotóxicos não são eliminados nesse processo);

3) frutas e legumes devem ser higienizados com uma escovinha, sob água corrente e também podem ser deixados de molho;

4) quanto aos brotos, o ideal é produzi-los em casa - consiga sementes de boa procedência e coloque-as para germinar e brotar.

Ao falar em "boa procedência, entro na questão da confiança: palavra que está perdendo seu sentido, já que numa relação comercial cada vez torna-se mais difícil saber se podemos confiar na pessoa ou empresa que irá nos vender algum produto!

Mesmo os produtos orgânicos não estão livres da possibilidade de nos enganarem ou de não serem devidamente manipulados, cultivados ou qualquer outra fase do processo que acontece antes de chegarem às nossas mãos. Qualquer produto tem que ser bem analisado antes de ser adquirido (e isso não é só na área dos alimentos, concordam?). Não vivemos mais numa cidadezinha onde todos se conheciam e o leiteiro, o padeiro, o agricultor eram nossos vizinhos e amigos e jamais pensariam em nos prejudicar... Vivemos numa sociedade onde o lucro é a questão primordial - ética, amizade, confiança, honestidade foram preteridas e jogadas para posições secundárias.

Então, cada vez mais, você tem que ser um consumidor responsável! Não é o caso de tornar-se paranóico, mas cuidadoso, bem informado, consciente de que todos querem vender e a maioria, joga sujo, ou seja, não está interessada em algum prejuízo que seu produto possa causar. Se você ainda se comove com aqueles comerciais lindos e apelativos, que mostram toda a preocupação das empresas com o bem-estar da sua família, enxugue as lágrimas e pense que enquanto lidam com a sua emoção, tais empresas tornam-se mais poderosas e manipuladoras. Naturalmente, toda regra tem a sua exceção - mas as exceções você só vai distinguir se desenvolver um senso crítico.

Mesmo sendo macaca velha na busca de bons produtos e na leitura de rótulos, às vezes, cometo falhas... por exemplo: comprei numa loja que anuncia comercializar apenas produtos orgânicos (o que já me fez entrar ali menos desarmada e mais relaxada) um chá de capim limão, melissa e maracujá; a embalagem era linda, a imagem do rótulo, pastoral e trazendo a inscrição "orgânico" bem destacada. Como estava apressada não li todo o rótulo (além disso não havia trazido minha lupa, ferramenta imprescindível para fazer essa leitura, já que as informações mais relevantes são escritas em letras propositalmente minúsculas), comprei o tal chá.
Em casa, aguardando a água ferver para tomar um chazinho antes de dormir, li todo o rótulo e com as tais letrinhas minúsculas, informavam que o maracujá era um "ingrediente não orgânico"!
Fiquei indignada, mas depois, mais calma (até pela ação do chá, que acabei tomando), tive que confirmar minha posição de que não dá para confiar, de olhos fechados, em ninguém que comercializa - aquele papo de que "as galinhas que põem nossos ovos não comem ração e não são confinadas, não usamos agrotóxicos na nossa plantação, não plantamos soja transgênica e outras afirmações" podem ser equivalentes à conversa mole da indústria alimentícia, que afirma que "a química que usamos em nossos produtos não faz mal à saúde (como a gordura hidrogenada que levou anos até ser, finalmente, condenada)" e por aí...
                                                                     Olha o "chá orgânico fake" aí...

Em resumo: orgânicos ou não, os alimentos devem ter sua fonte analisada, pois quanto mais você conhecer quem produz e manipula, melhor; vale sempre comprar produtos de sua região, frequentar pequenas feiras, estreitar laços com que lhe fornece - isso também conta para os locais onde você faz suas refeições.
E plante temperos em vasinhos, produza brotos, faça o pão, cozinhe em casa - as pessoas queixam-se de falta de tempo para fazer isso, mas preferem ir a um shopping center, superlotado, com péssimo atendimento pelo excesso de pedidos, esperar em filas imensas, para comer junkie food e acham que isso é lazer!

Finalizando, seguem duas mátérias falando sobre o caso da E. coli europeia; a primeira, de edição do jornal Zero Hora, de 17/06/11, considerando que os brotos não são os vilões e a segunda, da Revista Veja, publicada na edição desta semana, sentando o pau na produção agrícola orgânica.
Leiam e tirem suas próprias conclusões.


2 comentários:

Alôcka disse...

Dei uma passada aqui, ehehe!!!
Beijo!!

Vera Falcão disse...

Milagres acontecem, não? hehe... beijos!