A cozinha é o lugar mais reconfortante da casa porque nele encontramos alimento para o corpo e para a alma. Deixe a Natureza entrar na sua e esqueça os produtos feitos pela indústria alimentícia em geral, que não coloca amor nesse ato nem está preocupada com a saúde do seu organismo e o de sua família!
Esse é um dos segredos de manter o bem-estar - não entregue essa função vital a terceiros - ponha a mão na massa, deixe a preguiça de lado e estabeleça como prioridade fazer a comida que vai mantê-lo longe das doenças!
Esse é um dos segredos de manter o bem-estar - não entregue essa função vital a terceiros - ponha a mão na massa, deixe a preguiça de lado e estabeleça como prioridade fazer a comida que vai mantê-lo longe das doenças!
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
Dia do Nutricionista - 31 de agosto
Parabéns aos NUTRICIONISTAS no seu dia, 31 de agosto! E um abraço especial aos nutricionistas vegetarianos, representados aqui pelo depoimento de Anna Luiza Coelho, que descobriu com o tempo a validade de tonar-se vegetariana e ser saudável sem causar sofrimento aos animais!
Nutrição vegetariana - Depoimento
Amo vegetais!
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
Festas infantis vegetarianas 1
Esse tópico estava prometido há muito tempo para muitas mães!
As festinhas infantis vegetarianas e naturebas podem ser tão divertidas e agradáveis quanto as tradicionais, onde se come bolo com muito açúcar, docinhos com leite condensado, cachorro-quente com salsicha de porco e refrigerante.
Mesmo a gurizada que não está acostumada com esse tipo de alimentação, come e bebe o que está na mesa, se for feito com sabor e aparência colorida e atraente. Além disso, penso que tais festas não deveriam ser centradas na comida, mas nas brincadeiras, na satisfação de encontrar os amiguinhos, na bagunça, na confraternização entre todos os convidados... a comida e a bebida deveriam ser um complemento e não a principal ocupação das pessoas numa celebração.
Nesse primeiro módulo, teremos receitas doces (bolos, docinhos, gelatinas, cookies, tortas, muffins, cremes) e também a opção viva (doces que não precisam ser cozidos). O açúcar utilizado nas receitas é o mascavo, então, quando estiver entre os ingredientes, é a ele que nos referimos.
Não esqueçam das substituições: quem não quiser utilizar ovos caipira, troque pelo gel de linhaça ou pela banana caturra amassada (1 ovo vale uma CS do gel ou uma banana) e todos os leites vegetais podem ser utilizados em lugar do leite de vaca, principalmente os de aveia, castanhas, amêndoas e coco. O mel pode ser substituído pelo melado ou xarope de agave. Muitos leitores do blog não são veganos, assim as receitas podem ser usadas por todos os vegetarianos, bastando que cada um escolha o que lhe for conveniente.
Quando falarmos em queijo, traduzam por tofu ou o queijo feito com resíduos dos leites vegetais, como o gergelim e as castanhas ou ainda ricota, produzida sem coalho ("O coalho é uma mistura de enzimas obtida tradicionalmente a partir do revestimento do estômago de bovinos jovens, mas agora também produzida em laboratório. Em Portugal a coalhação é efetuada predominantemente utilizando a flor do cardo (C. cardunculus spp. flavescens), do gênero Cynara. Atualmente existem alternativas vegetarianas para o coalho; a maioria delas obtida pela fermentação do fungo Mucor miehei" - Wikipédia). Estou experimentando uma série de receitas de queijos veganos, que logo serão publicadas no blog.
Começamos, então, pelos petiscos que as crianças mais procuram nas festas: os doces!
Dizem que somos exageradamente atraídos pelo sabor doce porque é o primeiro que sentimos, já que o leite materno é bem docinho - e quem começou alimentando-se pela mamadeira, também experimentou esse sabor como primeiro, pois elas contém bastante açúcar...
A estrela dos docinhos é o brigadeiro, também conhecido como negrinho. Criei uma receita baseada nas que encontrei por aí e após vários testes procurando a textura e sabor mais próximos ao original, sem nenhum componente de origem animal e também sem soja - mas o resultado dessas experiências, vai ser mostrado aqui num vídeo, logo, aguardem mais um pouquinho pela produção!
BEIJINHOS DE MANDIOCA OU INHAME
Ingredientes
1 1/2 xícara de mandioca ou inhame
2 CS manteiga ou óleo vegetal
5 CS de açúcar mascavo
1 xíc de leite de aveia ou arroz
3 CS de côco ralado
Como fazer
Cozinhe a mandioca até desmanchar. Escorra, amasse e reserve.
À parte derreta a manteiga, acrescente a mandioca e misture bem.
Junte aos pouco, sem parar de mexer, o leite com o açúcar dissolvido e cozinhe até desprender do fundo da panela. Modele os docinhos e passe no côco ralado.
Dica: use uma colher de pau para mexer a mistura e não pare de movimentá-la, até que esteja finalizada.
Fonte: inspirada em receita da Pastoral da Criança
ARROZ DOCE
Ingredientes
1 xícara de arroz integral
4 xícaras de água
2 maçãs pequenas, sem casca, picadinhas
1 punhado de passas, ameixas, tâmaras e damascos picadinhos
1 pitada de sal
canela em pau, noz moscada e cravo a gosto (não muito, não esqueça que especiarias possuem sabor forte e as crianças têm o paladar mais sensível)
Como fazer
Cozinhar por uma hora em panela de pressão, destampar e cozinhar mais, se necessário. Fica cremoso, mas o arroz não desmancha totalmente - prefiro usar a variedade dos grãos arredondados.
Dica: esse doce não necessita de açúcar, fornecido pelas maçãs e pelas frutas secas, mas fica delicioso; se desejar, coloque raspas de chocolate amargo sobre as porções individuais.
DOCINHOS RÁPIDOS COM CASTANHA DE CAJU
Ingredientes
uma xícara de castanha de caju (sem sal)
uma xícara de tâmaras sem caroço OU bananas passa, 4 unidades grandes
Como fazer
Bater no liquidificador e fazer bolinhas, passar no côco ralado ou no cacau em pó.
Dica: esse também não levam açúcar; experimente usar alfarroba em pó no lugar do cacau.
COOKIES
Joyofbaking.com
Cookies de aveia e gengibre
Cookies integrais
Cookies com gotas de chocolate
Ingredientes
130 g de manteiga orgânica
2 xícara de açúcar mascavo
1 ovo caipira
1 colher (chá) de bicarbonato
2 xícaras de farinha de trigo integral fina (ou metade da branca)
1/2 colher (chá) de sal marinho
1/2 xícara de gotas de chocolate (procure as feitas com chocolate sem leite, o meio amargo, ou melhor ainda, de alfarroba)
1 colher (chá) de essência de baunilha
Misture a manteiga, em temperatura ambiente, com o o açúcar mascavo.
Junte a essência de baunilha e o ovo.
Adicione a farinha de trigo peneirada com o bicarbonato e o sal.
Misture tudo.
Junte as gotas de chocolate e misture delicadamente.
Abra a massa e corte os biscoitos.
Leve ao forno, em temperatura média, por cerca de 10 min.
COOKIES DE CANELA
Ingredientes
4 xícaras de farinha de trigo integral fina
1 cc de fermento em pó
1 cc de sal marinho
1 xícara de manteiga orgânica derretida
2 1/2 xícaras de açúcar mascavo
1 CS de raspas de laranja
1/2 CS de canela em pó
2 ovos caipira + 2 gemas
1 xícara de gotas de chocolate meio-amargo (ou alfarroba)
1 xícara de araruta (ou amido de milho)
Como fazer
Em uma tigela grande, coloque o açúcar, os ovos inteiros, as gemas, a canela e as raspas de laranja e misture bem.
Derreta a manteiga e acrescente (fria) na mistura acima, mexendo bem até ficar homogêneo.
Peneire sobre a mistura, a farinha e a araruta, juntamente com o sal e o fermento.
Acrescente as gotas de chocolate.
Amasse delicadamente, cubra e leve à geladeira por, no mínimo, 3 horas.
Em assadeira untada e enfarinhada, faça bolinhas de cerca de 5 cm de diâmetro. Pressione para que fique com o formato de um disco.
Deixe espaço de 2 dedos de distância entre um cookie e outro.
Leve para assar em forno préaquecido (190º), por 12 minutos ou até que comecem a dourar.
BOLINHO DE CHUVA
Ingredientes
2 ovos caipiras
1/2 xícara de açúcar mascavo
2 CS de manteiga orgânica ou azeite de oliva
½ cc de sal
1 CS de canela em pó
1 CS de fermento em pó
1 xícara de leite de castanha do pará
2 xícaras de farinha de trigo
Como fazer
Misture as gemas, o açúcar, o óleo, o sal e a canela.
Vá acrescentando o leite e a farinha (peneirada), aos poucos.
Adicione o fermento e, por último, as claras levemente batidas.
Coloque em forminhas untadas, enchendo-as até a metade (um truque para que a massa não transborde é não untar perto da extremidade superior da forma).
Forno médio, aproximadamente 30 minutos (teste a massa com palito e verifique se não precisa ficar um pouquinho mais - regra importante: só abra a porta de um forno - quando estiver assando alguma receita com fermento - após 30 minutos).
Se desejar, polvilhe com uma mistura de açúcar mascavo e canela.
TORTAS E DOCINHOS VIVOS
Ana Branco
Massa básica
Ingredientes
1 copo de amendoim germinado ( ou amêndoas, nozes, gergelim, girassol descascado, coco, linhaça)
1/2 copo de passas sem sementes (ou damasco, tâmaras, figo seco)
Como fazer
No processador, faça pasta homogênea com os ingredientes. Modele na forma de sua preferência.
Para fazer uma Torta Viva
Pegue a massa e espalhe numa travessa de tamanho médio, fazendo uma camada bem fina.
Recheio de Torta Viva
1ª camada: frutas raladas ou picadas (ex: maçã ralada com gotas de limao e canela)
2ª camada: creme de frutas batidas no liquificador (ex: 1 manga com 1/2 xícara de amêndoas descascadas, creme de banana com canela, creme de abacate ou fruta-d-conde)
3ª camada: enfeitar com frutas picadas (ex: abacaxi, morango)
Docinhos variados
Olho-de-sogra
Ingredientes
Use a massa básica
Como fazer
Modele em forma de docinho, envolva na ameixa seca e passe no coco ralado
Quadradinho de abacaxi
Quadradinhos de massa básica com fatias de abacaxi por cima.
Docinhos vivos da Ana Branco
Para comer e brincar: massinha de modelar comestível
GELATINAS
A gelatina de morangos com agar-agar é simples: bata os morangos com água e açúcar (se achar necessário, quando as frutas são bem maduras e saborosas, não adoço) até produzir um creme não muito espesso.
Coloque numa vasilha grande que possa ir ao fogo, adicione uma colher de sopa de agar-agar para cada litro do creme, desmanche bem e vá cozinhando até ferver, mexendo sempre para não empelotar; quando ferver, cozinhe ainda uns 15 minutos.
Ponha para gelar.
O doce pode ser feito em camadas: uma de gelatina, outra de creme a gosto.
Podem ser usadas outras frutas e não esqueça de preferir sempre as orgânicas, principalmente os morangos, que contém muito agrotóxico.
MUFFINS
Massa básica e recheios diversos
Muffins de banana com nozes
Muffins de pitangas
Muffins de painço
Muffins de mel e aveia
CROSTAS (TORTAS)
Massa e diversos recheios
BROWNIES INTEGRAIS
Ingredientes
8 claras de ovos caipira
1/2 xícara (chá) de açúcar mascavo
2 xícaras (chá) de flocos finos de aveia
1 maçã fatiada, temperada com canela em pó
Como fazer
Bata as claras em neve. Acrescente o açúcar e a aveia e bata novamente na batedeira.
Deixe essa massa descansar por 6 horas.
Em seguida, abra a massa sobre a pia enfarinhada e achate-a, como biscoito, formando um retângulo grande e baixo.
Corte os brownies usando um cálice ou xícara de café.
Coloque uma fatia de maçã com canela em cada biscoito.
Asse em forma untada, em temperatura média, por cerca de 10 minutos, observando para não queimar.
BISCOITOS DE AVEIA E MEL
Ingredientes
200 g de flocos finos de aveia
200 g de farinha de trigo integral fina peneirada
200 g de farinha de trigo branca peneirada
200 g de manteiga orgânica sem sal
3 ovos caipira batidos
200 g de mel
Como fazer
Misture todos os ingredientes em uma tigela e amasse-os bem com uma colher de pau.
Espalhe um pouco de farinha sobre a pia e abra a massa com um rolo.
Corte os biscoitos usando um cálice ou cortadores com formatos de bichinhos, flores, corações etc.
Pré-aqueça o forno e asse em forma untada em temperatura média por 10-15 minutos ou até que as bordas dos biscoitos fiquem levemente douradas.
Quem for contra o uso de mel, tente o melado.
BARRINHAS DE CEREAIS
Barra de cereais energética
Barrinha de cereais com passas
BOLOS
Dicas para fazer um bolo fofo
Bolo de cacau vegano
Bolo de cacau vegano 2
Bolo de coco e tapioca
Bolo de melado
Bolo de cenoura
Bolo vitaminado
Bolo de aveia com laranja
Bolo de granola
Bolo integral de frutas e legumes
Bolo de banana sem farinha de trigo
CREME DE INHAME
PUDIM DE PÃO COM BANANA
PANQUECAS DOCES Para servir na festa, corte as panquecas em pedaços pequenos.
SORBET
SORVETES
Sorvete natureba
Sorvete de tâmaras
Verão tem cara de sorvete
Verão tem cara de sorvete 2
Video com sorvete natureba
PALITOS CHOCOCO
Ingredientes
100 g de chocolate para derreter (sem leite)
um pacote de grissinis integrais
coco ralado
Como fazer
Derreter o chocolate em banho-maria.
Untar 3/4 de cada grissini com o chocolate derretido.
Passar, imediatamente, o grissini no coco ralado.
Deixar que esfrie para que o chocolate solidifique.
Fonte: Cocina Vegetariana
FONDUE SEM QUEIJO COM FRUTAS
Ingredientes
leite de amêndoas ou castanhas mais encorpado
frutas diversas, como banana, kiwi, laranja, pera, maçã, uvas
Como fazer
Use uma receita de leite de amêndoas ou castanhas, mas dobre a quantidade de castanhas e reduza a água, batendo no liquidificador ou processador até que fique cremoso.
Corte as frutas em pedacinhos e coloque-as em palitos de madeira (picolé).
Ponha o creme numa taça grande e adoce a gosto. Sirva colocando a vasilha no centro e os palitos com frutas em volta.
Outra opção: Experimente o iogurte de nozes.
Fonte: adaptação de receita da Cocina Vegetariana
Aguardem o módulo 2 (salgados) e o 3 (bebidas)!
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
Geladeira Verde
O Brasil pretende eliminar integralmente até 2014, a emissão de hidroclorofluorcarbonos (HCFCs), um dos compostos de gases responsáveis por buracos na camada de ozônio e por intensificar o chamado efeito estufa. A verba de US$ 19,6 milhões para inciar o Programa Brasileiro de Eliminação de HCFCs, deve começar a ser aplicada ainda este ano e os recursos serão investidos na conversão da tecnologia de empresas nacionais que usam os gases. Multinacionais que atuam no país bancarão sua própria conversão.
Os HCFCs são usados em máquinas de refrigeração, aparelhos de ar-condicionado e na composição de espumas para a produção de móveis, por exemplo.
Qual a nossa contribuição para o processo, como consumidores? Ainda existem refrigeradores à base de CFCs, que precisam ser trocados.
- Não se deve incentivar o uso de geladeiras com mais de 10 anos - afirma Magna Luduvice, coordenadora de proteção da camada de ozônio do Ministério do Meio Ambiente.
E deve-se encaminhar a peça antiga para reciclagem em empresas especializadas no reaproveitamento do material sem danos ambientais.
Os HCFCs substituíram os CFCs, considerados os grandes vilões e que ao serem banidos em 1997, deixaram de jogar anualmente, 740 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera. Os substitutos têm potencial de destruição 50% menor, mas, ainda assim, geram prejuízo ao meio ambiente à saúde das pessoas.
Ao ler toda a matéria na ZH de hoje, percebi que não informaram qual tecnologia será usada, assim que eliminarem o HCFCs... fiquei curiosa e fui pesquisar!
Qual será, então, o verdadeiro refrigerador verde, que não usará CFCs nem HCFCs?
Eureka! Eis a resposta: "O novo refrigerante é o isobutano, um gás da família dos hidrocarbonos que conta com as boas vistas do Protoclo de Montreal, destinado a eliminar os gases que prejudicam a camada de ozônio. Os HCFC foram um passo adiante em relação ao CFC, até que se comprovou que causa o efeito estufa. Por outro lado, o isobutano passa na prova do Protoclo de Kyoto, acordo internacional para reduzir as emissões de gases que contribuem para o aquecimento climático e que ainda não está em vigor. O novo modelo de refrigerador também substitui o hidrofluorcarbono (HFC) que se utilizava como agente de expansão da espuma isolante para portas e paredes do eletrodoméstico. Para isso utiliza-se ciclopentano, outro gás hidrocarbono."
Leiam o artigo na íntegra:
Primeiros refrigeradores realmente verdes
E aguardemos o lançamento aqui no Brasil da legítima GELADEIRA VERDE!
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
Festa Vegetariana com peixe - não participo nem comemoro!
Pois é, peguei uma implicância enorme (justificada) com o livro Festa Vegetariana da "chef vegetariana" Celia Brooks Brown, que dedica um capítulo inteirinho a receitas com peixe e frutos do mar... onde encontro a indicação dele, mando e-mail pra reclamar e foi o que aconteceu no site Vida Vegetariana. Ainda bem que eles concordaram que o livro não é vegetariano, fico muito grata pela decisão tomada:
"Olá Vera!
Informamos que, após uma investigação, constatamos que autora realmente inclui receitas com peixe neste livro.
Apesar de ela ser uma chef vegetariana, concordamos que não podemos indicar "livros vegetarianos" que contém receitas com carne.
O livro Festa Vegetariana já foi excluído de nossa listagem.
Abraços,
www.vidavegetariana.com "
Tenho certeza que muita gente não verificou totalmente o conteúdo desse livro, enganada pelo título e pelo status da chef... quem é realmente vegetariano não pode aceitar essa obra como um "livro de receitas vegetarianas". Ele é editado pela Editora Alaúde, que tem no seu catálogo de livros de Nutrição e Saúde, volumes predominantemente vegetarianos, como o livro do Dr. Alberto Gonzales, Lugar de Médico é na Cozinha e A cozinha vegetariana de Astrid Pfeiffer. Então, as pessoas podem achar que nenhum dos livros estimula o consumo de carne animal, devido ao teor dos outros títulos do acervo.
Não esqueçam que a verdadeira Festa Vegetariana está lá no site da SBV: Festa Vegetariana 2
Motivando a ingestão dos verdes pela gurizada!
Preocupada com o conteúdo do post anterior, onde constatamos que a mesa do brasileiro sofre com a falta de frutas, verduras e legumes, criei essa postagem com abundância de ilustrações, mostrando como a criatividade pode ajudar a motivar as crianças a gostarem da alimentação vegetariana (e, igualmente, para que as onívoros consumam mais vegetais). E acredito que muitos adultos igualmente apreciem, pois também necessitam de motivação...
Inspirem-se nas criações alheias, copiem ou inventem as suas - mas não deixem de fazer!
As fotos a seguir são do blog da kasumin.
As mães japonesas têm o costume de fazer marmitas com comidinhas coloridas e atraentes para seus filhos!
Imagens dos experimentos com alimentação viva de Ana Branco, usando vegetais crus, brotos e germinados - as mandalas de vegetais são lindas, de colorido vibrante! Veja mais e aprenda a fazer aqui.
Experimentem fazer formas engraçadas com a gelatina de algas (agar-agar/kanten)!
Fotos de pratos lindos do livro VEGAN LUNCH BOX, de Jennifer Mc Cann - tem muito mais aqui!
Inspirem-se nas criações alheias, copiem ou inventem as suas - mas não deixem de fazer!
As fotos a seguir são do blog da kasumin.
As mães japonesas têm o costume de fazer marmitas com comidinhas coloridas e atraentes para seus filhos!
Imagens dos experimentos com alimentação viva de Ana Branco, usando vegetais crus, brotos e germinados - as mandalas de vegetais são lindas, de colorido vibrante! Veja mais e aprenda a fazer aqui.
Experimentem fazer formas engraçadas com a gelatina de algas (agar-agar/kanten)!
Fotos de pratos lindos do livro VEGAN LUNCH BOX, de Jennifer Mc Cann - tem muito mais aqui!
Faltam vegetais na mesa do brasileiro
Essa informação é tão importante que reproduzo integralmente o editorial de hoje do Correio do Povo:
É preciso abandonar o grande consumo de industrializados e colocar frutas e hortaliças na mesa, urgentemente, caso contrário continuarão aumentando os casos de doenças crônicas e que levam, prematuramente, à morte. E, principalmente, criar esse hábito nas crianças, que seguem o exemplo dos adultos: se não há frutas e hortaliças no cardápio diário da família, como elas irão acostumar-se com a ingestão desses alimentos?
Muitos pais lamentam-se de que "as crianças não gostam de verduras", mas será que os pais as apreciam? Como mostra o artigo, "apenas 18,2% da população consome os 400 gramas por dia recomendados pela OMS. O gasto médio com esse alimentos fica em 6% da renda com frutas, verduras e legumes."
Mudar um hábito não é tarefa fácil, mas possível. Requer, em primeiro lugar, a conscientização de que é necessária a mudança. E, como lemos acima, ela tem que acontecer, se quisermos manter a saúde pública em nível satisfatório.
Observe que aqui no blog temos dezenas de receitas utilizando frutas, verduras ou legumes, por isso, tenho certeza de que usar como desculpa a falta de opções para consumir tais alimentos, é falsa! E, além disso, eles podem ser ingeridos crus! Que dádiva preciosa a Natureza nos deu, alimentos que vêm da terra e quase todos, bastam ser higienizados e já estão prontos para comer. Claro, o homem estragou o processo inventando os agrotóxicos e outros venenos que são colocados nas plantações, mas ainda bem que o mercado de orgânicos está em expansão e barateando o consumo de vegetais sem tóxicos.
Conheça aqui qual a melhor época para comprar cada fruta, verdura ou legume: a estação da colheita dos alimentos divide-se em período em safra, com os preços baixos e melhor qualidade dos produtos; período de início ou de final de safra, com alteração de preços e período de entre safra, em que os preços ficam equilibrados, devido à grade procura.
Não esquecendo que as variações climáticas modificam essa tabela, por exemplo, períodos de estiagem ou de chuvas excessivas. Aí a produção diminui e os preços aumentam - informe-se com mais detalhes na sua região, inclusive sobre produtos que são próprios dela, geralmente, mais baratos, já que não envolvem o transporte demorado.
Já pensou em plantar no seu apartamento? Não é necessário um grande espaço e pode-se optar pelos temperos e ervas - facilmente cultivados em vasos.
É preciso abandonar o grande consumo de industrializados e colocar frutas e hortaliças na mesa, urgentemente, caso contrário continuarão aumentando os casos de doenças crônicas e que levam, prematuramente, à morte. E, principalmente, criar esse hábito nas crianças, que seguem o exemplo dos adultos: se não há frutas e hortaliças no cardápio diário da família, como elas irão acostumar-se com a ingestão desses alimentos?
Muitos pais lamentam-se de que "as crianças não gostam de verduras", mas será que os pais as apreciam? Como mostra o artigo, "apenas 18,2% da população consome os 400 gramas por dia recomendados pela OMS. O gasto médio com esse alimentos fica em 6% da renda com frutas, verduras e legumes."
Mudar um hábito não é tarefa fácil, mas possível. Requer, em primeiro lugar, a conscientização de que é necessária a mudança. E, como lemos acima, ela tem que acontecer, se quisermos manter a saúde pública em nível satisfatório.
Observe que aqui no blog temos dezenas de receitas utilizando frutas, verduras ou legumes, por isso, tenho certeza de que usar como desculpa a falta de opções para consumir tais alimentos, é falsa! E, além disso, eles podem ser ingeridos crus! Que dádiva preciosa a Natureza nos deu, alimentos que vêm da terra e quase todos, bastam ser higienizados e já estão prontos para comer. Claro, o homem estragou o processo inventando os agrotóxicos e outros venenos que são colocados nas plantações, mas ainda bem que o mercado de orgânicos está em expansão e barateando o consumo de vegetais sem tóxicos.
Conheça aqui qual a melhor época para comprar cada fruta, verdura ou legume: a estação da colheita dos alimentos divide-se em período em safra, com os preços baixos e melhor qualidade dos produtos; período de início ou de final de safra, com alteração de preços e período de entre safra, em que os preços ficam equilibrados, devido à grade procura.
Não esquecendo que as variações climáticas modificam essa tabela, por exemplo, períodos de estiagem ou de chuvas excessivas. Aí a produção diminui e os preços aumentam - informe-se com mais detalhes na sua região, inclusive sobre produtos que são próprios dela, geralmente, mais baratos, já que não envolvem o transporte demorado.
Já pensou em plantar no seu apartamento? Não é necessário um grande espaço e pode-se optar pelos temperos e ervas - facilmente cultivados em vasos.
terça-feira, 9 de agosto de 2011
Taioba - um coração verde
A taioba, hortaliça que tem as folhas com formato de coração e o desenho de um Y na superfície, é pouco conhecida da maioria dos brasileiros.
Isso acontece porque ela não é encontrada com facilidade, sua produção está basicamente concentrada em Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Como ela desenvolve-se em tempo chuvoso e quente, o Brasil é um habitat ideal para o seu cultivo e a Embrapa está trabalhando para que a escassez da taioba no resto do país acabe, "desenvolvendo parcerias para criar bancos de multiplicação da hortaliça no País". De origem selvagem (Américas do Sul e Central), ela desenvolve-se livremente e não exige adubo ou insumos especiais. Vamos torcer para que logo essa planta magnífica chegue facilmente ao prato de todos os brasileiros!
A taioba é parente do inhame, alimento que está tornado-se popular, pelo seu delicioso sabor e propriedades curativas. Ainda não tive o prazer de experimentar as folhas da taioba, mas quem já o fez garante que "seu gosto suave e a textura macia são capazes de fazer até quem não gosta de verduras repetir o prato". Grande dica para ajudar a criançada a gostar de vegetais!
Suas propriedades nutricionais são também um atrativo:
* quantidades significativas de vitamina A (1,21 mg em 100 g do alimento), sendo que "cem gramas são mais do que suficientes para atingir as recomendações diárias para adultos, que é de 0,9 mg para homens e 0,7 mg para mulheres";
* boa fonte de vitamina C (17,9 mg em 100 g do alimento), sendo que estudo comprova que a versão orgânica da taioba apresenta mais dessa vitamina do que as cultivadas nos moldes convencionais (mais um ponto a favor do orgânicos e contra o uso dos agrotóxicos no plantio!);
* a fécula da taioba (extraída da sua raiz) possui em média 85% de amido, fazendo com que o alimento seja uma fonte riquíssima de energia, sendo indicada para quem precisa de combustível extra para realizar suas atividades;
* quanto aos minerais, a taioba tem em sua composição ferro, fósforo, zinco, manganês, cobre magnésio e potássio, além de doses abundantes de cálcio (141 mg em 100 g do alimento) - excelente opção para quem não quer consumir leite de vaca e/ou laticínios para obtê-lo.
Para prepará-la, a forma não é muito diferente da que usamos com a couve: as folhas devem ser picadas e refogadas. O caule pode ser cozido, frito, acrescentado a cremes ou no preparo de bolinhos. Atenção a esse alerta: o consumo das folhas cruas está proibido já que a taioba contém altas quantidades de cristais de oxalato de cálcio - substância que irrita as mucosas da boca e da garganta, causando sensação de asfixia. Para evitar que isso aconteça, é simples: afervente a hortaliça e escorra a água utilizada. "Evite utilizar folhas velhas e secas, pois elas concentram ainda mais dessa substância".
Aliás, nem todos os tipos de taioba são comestíveis. "Algumas opções silvestres, também conhecidas como 'bravas', possuem uma quantidade tão alta de cristais de oxalato de cálcio que nem ao cozinhá-las é possível exterminar toda a substância". Como diferenciar, então, a taioba comestível da que é perigosa para o consumo? "O primeiro passo é ficar atento à coloração; as taiobas bravas, em geral, apresentam folhas verde-escuras, além de um ponto arroxeado na inserção da haste de sustentação da folha". Mas como há grandes variedades de espécies, pode haver exceções nessas características, assim, o modo mais seguro é "sempre perguntar sobre a procedência da taioba antes de comprá-la ou colhê-la". Olho vivo, então!
Seguem duas receitas feitas com taioba, testei ambas mas utilizando a couve e o brócolis, já que não foi possível encontrar a taioba aqui na minha região - aguardo, com ansiedade, que a Embrapa não demore a viabilizar a produção da taioba em todo o Brasil!
Pirão de taioba com farinha de mandioca
Ingredientes
3 folhas de taioba cozidas, escorridas e picadas
2 dentes de alho picados
2 CS de azeite de olive extravirgem
1 cc de sal
1 pimenta dedo de moça vermelha, sem sementes, picada
2 xícaras (chá) de água fervente
1/2 xícara (chá) de farinha de mandioca
Como fazer
Tire a nervura central das folhas da taioba e cozinhe em água salgada. Após 10 minutos, ou quando as folhas estiverem macias, escorra toda a água. pique as folhas cozidas e reserve. (Como usei as folhas da couve, comprei algumas bem grandes e cozinhei alguns minutos no vapor).
Em uma panela, doure o alho no azeite, junte a pimenta picada e a água fervente. Em seguida a crescente a taioba e espere ferver. Junte, aos poucos, a farinha de mandioca, mexendo sempre. Deixe engrossar, prove o tempero e corrija o sal se necessário.
Dica: se não gostar de pratos muito picantes, diminua a quantidade de pimenta.
A receita original recomenda "servir com peixe" (peloamordedeus, peixe não!), mas a farofa ficou perfeita junto com o feijão e o arroz e deve combinar divinamente com uma feijoada vegetariana!
Talos de taioba com molho agridoce e picante
Ingredientes
9 talos de taioba descascados e cortados
1 cc de açúcar mascavo
suco de um limão
1 cc de azeite de oliva extravirgem
1 cc de gengibre picado ou ralado
1 pimenta dedo de moça sem sementes, picada
2 CS de cebolinha picada
1/2 CS de gergelim preto tostado
sal a gosto
Como fazer
Coloque os talos de taioba em um litro de água fervente, temperados com 1/2 colher de sopa de sal. Deixe cozinhar por 5 minutos ou até ficarem macios, mas não muito moles. Escorra e deixe esfriar. (Aqui utilizei os talos do brócolis e, novamente, cozinhei alguns minutos no vapor).
À parte, misture todos os outros ingredientes.
Acrescente os talos já frios na mistura e sirva como entrada ou acompanhamento.
Informações editadas no texto e fotos da revista Vida Natural & Equilíbrio, nº 51
Nota: Adoro as coincidências que acontecem na vida como pequenas surpresas e que, além disso, nos mostram como o mundo tornou-se mesmo uma aldeia global... linkei esse post para o facebook e lá um amigo, o Andre De Paula Eduardo, compartilhou e descobriu que o texto original da revista havia sido escrito por um amigo dele, o Leonardo Valle! Então, aproveito a nota para elogiar o ótimo trabalho desse jornalista e que, certamente, ajudou muito a divulgar a taioba - confesso que adquiri a revista apenas por ter visto na capa a matéria sobre ela, pois há muito tempo queria abordar aqui no blog essa planta incrível e não havia encontrado ainda informações completas. Abraços a ambos e viva a taioba!
domingo, 7 de agosto de 2011
Festa vegetariana fake
Peixe vegetal/V. Falcão
Hoje à tarde, folheando livros na Saraiva, fiquei frente a frente com a Festa Vegetariana da chef inglesa Celia Brooks Brown, que comentei no post anterior, como sendo uma publicação vegetariana fake, já que contém receitas com peixes e frutos do mar. O vegetarianismo, essencial e basicamente, não envolve o consumo da carne dos animais - sem levarmos em conta as divergências dentro do grupo, separando aqueles que se alimentam de leite, laticínios e mel dos que não ingerem nada de origem animal. A questão aqui não é discutir tais divergências mas deixar bem claro que a classificação, piscovegetariano, é inadequada, paradoxal e, quiçá, ridícula!
Muito me espanta que uma chef de nível internacional cometa um desserviço tão grande para os vegetarianos em geral, confundindo a população sobre o que comer ou não para praticar o vegetarianismo.
O livro tem um capítulo especial para o consumo de animais, no caso, peixes e frutos do mar (não acredito que estou escrevendo isso...):
"Vegetarianos que comem peixe - receitas para piscovegetarianos
Pode parecer contraditório, mas, na verdade, eles formam um grupo em franco crescimento. Ainda que as pessoas tenham motivos para restringir a alimentação, algumas não são tão rígidas. Muitas vezes, a escolha do tipo de dieta é apenas uma questão de paladar. Este capítulo é para quem gosta de peixe! (...) Para este capítulo selecionei espécies sustentáveis de peixes e frutos do mar."
Seguindo essa lógica, ela poderia ter escrito: "esse capítulo é para quem gosta de vaca", "esse capítulo é para quem gosta de coelho", "esse capítulo é para quem gosta de rã" e por aí vai... qual a diferença do peixe para outro animal, quando qualquer um deles será morto e devorado? E, certamente, o livro é um estímulo para que o grupo de "comedores de animais intitulando-se vegetarianos" continue em franco crescimento...
Enviei um e-mail para editora do caderno de Gastronomia, Bete Duarte e transcrevo abaixo, juntamente com a resposta dela:
Olá, Bete, sou uma assídua leitora do Caderno de Gastronomia e como vegetariana há mais de 30 anos, gostaria de comentar a matéria da edição de hoje, 5 de agosto, sobre o livro Festa Vegetariana. Em primeiro lugar, o título está incorreto: Sem Carne... uma das receitas publicadas contém atum e sabemos que atum é um peixe, considerado por alguns como "carne branca" mas, efetivamente, trata-se de proteína animal. "Vegetarianismo é o regime alimentar segundo o qual nada que implique o sacrifício de vidas animais deve servir à alimentação". (Fundamentos do Vegetarianismo, Winckler, Marly - Ed. Expressão e Cultura). Poderia citar uma imensa bibliografia, mas creio que não é o caso, acredito que essa definição, simples e objetiva, seja suficiente para contestar a festa vegetariana da chef Celia Brooks Brown. E termos paradoxais como "pisci, pesco ou pisco-vegetariano" ou "polo-vegetariano" ou ainda pior, "semi-vegetariano", são termos criados por aqueles que não querem abandonar totalmente o consumo da carne dos animais. São conceitos que existem, mas não são reconhecidos por nenhuma associação vegetariana como sendo tipos de vegetarianismo. São apenas tipos de alimentação mais próximos do vegetarianismo, digamos, um passo no processo para aqueles que não conseguem largar o consumo de carne animal bruscamente. Tais publicações confundem a cabeça das pessoas e tornam a questão nebulosa quanto ao que é, verdadeiramente, ser vegetariano. E se formos entrar no campo do veganismo, a questão torna-se mais radical ainda... Mas, gostaria que ficasse bem claro para os leitores do caderno que, ao comer peixe, a pessoa não é um vegetariano mas um onívoro. Lamentável que muitas pessoas ainda não tenham entendido isso, muitas por falta de informação, outras por modismo, algumas por cara-de-pau mesmo...
Se tiveres interesse em ler o comentário em meu blog, Cozinha Natureba, que inclusive cita o "verdadeiro" Festa Vegetariana, aqui vai o link: Verdadeira Festa Vegetariana
Grata pela atenção,
Vera Falcão
****************
Prezada Vera,
É notório que quem é vegetariano não come qualquer tipo de carne, seja ela carne vermelha, aves ou peixes. Mas a autora do livro Festa Vegetariana é uma chef vegetariana, mas que resolveu ceder espaço, em seu livro, a pratos também para quem come peixe. E isso foi destacado no texto. Seria possível fazer a reportagem sem colocar qualquer dessas receitas, mas seria descaracterizar o livro, que foi feito com essa concessão.
A chef Celis Brown é reconhecida como uma importante profissional que atende celebridades vegetarianas, mas que acredita ser possível fazer uma festa que não seja tão radical na opção de cozinha, o que aliás não é o caso dela, que é vegetariana. Por isso ela usa a expressão piscovegetariana, que muitos não aceitam. Mas realmente a importância da chef não pode ser ignorada.
Atenciosamente,
Bete Duarte
Para mim, a primeira frase é suficiente para definir o erro contido no livro: "É notório que quem é vegetariano não come qualquer tipo de carne, seja ela carne vermelha, aves ou peixes."
Agora, se a chef é "reconhecida como uma importante profissional que atende celebridades" e se isso permite que ela erre e sejamos obrigados a engolir o erro dela, inferimos que ser VIP permite que se diga qualquer besteira e sejamos aplaudidas pela massa desinformada!
Não desfaço a importância da chef ou sua competência profissional, desde que ela seja correta ao usar as palavras, pois FESTA VEGETARIANA NÃO CONTÉM PRATOS COM CADÁVERES DE ANIMAIS.
Hoje à tarde, folheando livros na Saraiva, fiquei frente a frente com a Festa Vegetariana da chef inglesa Celia Brooks Brown, que comentei no post anterior, como sendo uma publicação vegetariana fake, já que contém receitas com peixes e frutos do mar. O vegetarianismo, essencial e basicamente, não envolve o consumo da carne dos animais - sem levarmos em conta as divergências dentro do grupo, separando aqueles que se alimentam de leite, laticínios e mel dos que não ingerem nada de origem animal. A questão aqui não é discutir tais divergências mas deixar bem claro que a classificação, piscovegetariano, é inadequada, paradoxal e, quiçá, ridícula!
Muito me espanta que uma chef de nível internacional cometa um desserviço tão grande para os vegetarianos em geral, confundindo a população sobre o que comer ou não para praticar o vegetarianismo.
O livro tem um capítulo especial para o consumo de animais, no caso, peixes e frutos do mar (não acredito que estou escrevendo isso...):
"Vegetarianos que comem peixe - receitas para piscovegetarianos
Pode parecer contraditório, mas, na verdade, eles formam um grupo em franco crescimento. Ainda que as pessoas tenham motivos para restringir a alimentação, algumas não são tão rígidas. Muitas vezes, a escolha do tipo de dieta é apenas uma questão de paladar. Este capítulo é para quem gosta de peixe! (...) Para este capítulo selecionei espécies sustentáveis de peixes e frutos do mar."
Seguindo essa lógica, ela poderia ter escrito: "esse capítulo é para quem gosta de vaca", "esse capítulo é para quem gosta de coelho", "esse capítulo é para quem gosta de rã" e por aí vai... qual a diferença do peixe para outro animal, quando qualquer um deles será morto e devorado? E, certamente, o livro é um estímulo para que o grupo de "comedores de animais intitulando-se vegetarianos" continue em franco crescimento...
Enviei um e-mail para editora do caderno de Gastronomia, Bete Duarte e transcrevo abaixo, juntamente com a resposta dela:
Olá, Bete, sou uma assídua leitora do Caderno de Gastronomia e como vegetariana há mais de 30 anos, gostaria de comentar a matéria da edição de hoje, 5 de agosto, sobre o livro Festa Vegetariana. Em primeiro lugar, o título está incorreto: Sem Carne... uma das receitas publicadas contém atum e sabemos que atum é um peixe, considerado por alguns como "carne branca" mas, efetivamente, trata-se de proteína animal. "Vegetarianismo é o regime alimentar segundo o qual nada que implique o sacrifício de vidas animais deve servir à alimentação". (Fundamentos do Vegetarianismo, Winckler, Marly - Ed. Expressão e Cultura). Poderia citar uma imensa bibliografia, mas creio que não é o caso, acredito que essa definição, simples e objetiva, seja suficiente para contestar a festa vegetariana da chef Celia Brooks Brown. E termos paradoxais como "pisci, pesco ou pisco-vegetariano" ou "polo-vegetariano" ou ainda pior, "semi-vegetariano", são termos criados por aqueles que não querem abandonar totalmente o consumo da carne dos animais. São conceitos que existem, mas não são reconhecidos por nenhuma associação vegetariana como sendo tipos de vegetarianismo. São apenas tipos de alimentação mais próximos do vegetarianismo, digamos, um passo no processo para aqueles que não conseguem largar o consumo de carne animal bruscamente. Tais publicações confundem a cabeça das pessoas e tornam a questão nebulosa quanto ao que é, verdadeiramente, ser vegetariano. E se formos entrar no campo do veganismo, a questão torna-se mais radical ainda... Mas, gostaria que ficasse bem claro para os leitores do caderno que, ao comer peixe, a pessoa não é um vegetariano mas um onívoro. Lamentável que muitas pessoas ainda não tenham entendido isso, muitas por falta de informação, outras por modismo, algumas por cara-de-pau mesmo...
Se tiveres interesse em ler o comentário em meu blog, Cozinha Natureba, que inclusive cita o "verdadeiro" Festa Vegetariana, aqui vai o link: Verdadeira Festa Vegetariana
Grata pela atenção,
Vera Falcão
****************
Prezada Vera,
É notório que quem é vegetariano não come qualquer tipo de carne, seja ela carne vermelha, aves ou peixes. Mas a autora do livro Festa Vegetariana é uma chef vegetariana, mas que resolveu ceder espaço, em seu livro, a pratos também para quem come peixe. E isso foi destacado no texto. Seria possível fazer a reportagem sem colocar qualquer dessas receitas, mas seria descaracterizar o livro, que foi feito com essa concessão.
A chef Celis Brown é reconhecida como uma importante profissional que atende celebridades vegetarianas, mas que acredita ser possível fazer uma festa que não seja tão radical na opção de cozinha, o que aliás não é o caso dela, que é vegetariana. Por isso ela usa a expressão piscovegetariana, que muitos não aceitam. Mas realmente a importância da chef não pode ser ignorada.
Atenciosamente,
Bete Duarte
Para mim, a primeira frase é suficiente para definir o erro contido no livro: "É notório que quem é vegetariano não come qualquer tipo de carne, seja ela carne vermelha, aves ou peixes."
Agora, se a chef é "reconhecida como uma importante profissional que atende celebridades" e se isso permite que ela erre e sejamos obrigados a engolir o erro dela, inferimos que ser VIP permite que se diga qualquer besteira e sejamos aplaudidas pela massa desinformada!
Não desfaço a importância da chef ou sua competência profissional, desde que ela seja correta ao usar as palavras, pois FESTA VEGETARIANA NÃO CONTÉM PRATOS COM CADÁVERES DE ANIMAIS.
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
Festas vegetarianas: mesmo título, dois enfoques!
O lançamento de dois livros com o mesmo título - Festa Vegetariana - oferece aos leitores inúmeras receitas vegetarianas, mas há uma grande diferença entre eles...
Festa Vegetariana, da britânica Celia Brooks Brown, contém "80 receitas sofisticadas, com ingredientes frescos, molhos encorpados e sabores marcantes", mas entre esses ingredientes há a inclusão de peixe, o que beneficiaria a estranha categoria dos "pisco vegetarianos" - peixes, por definição, são "animais vertebrados, aquáticos...", portanto, são carne, sim e essa constatação anula o título da matéria que Zero Hora publicou em seu caderno ZH Gastronomia de hoje, 5 de agosto:
Já o Festa Vegetariana 2ª edição, não contém receitas com carne, o que é o princípio básico do vegetarianismo - não consumir carne... existem os vegetarianos que consomem ovos, leite, mel e os que não consomem nenhum produto de origem animal, mas rotular alguém que come carne de peixe como vegetariano é um paradoxo!
O livro de receitas Festa Vegetariana 2, produzido pela Sociedade Vegetariana Brasileira, acaba de ser lançado durante a bem sucedida VII NaturalTech - Feira Internacional de Alimentação Saudável, Produtos Naturais e Saúde, em São Paulo. A nova edição, revista e ampliada, traz três capítulos inéditos: Festa Junina, Churrasco Veg e Depois da Festa, com várias receitinhas para saudar São João, curtir um espetinho sem crueldade e ainda recuperar o corpo e a alma após baladinhas extravagantes. O capítulo Lista de Compras também está recheado de novos ingredientes transados, capazes de tornar sua cozinha ainda mais saborosa.
O livro custa 20 reais e está a venda no site da SVB: Festa Vegetariana 2
Aqui também é possível comprar o primeiro volume de Festa Vegetariana, juntamente com a Cartilha de Impactos Ambientais da Produção de Carne, pelo valor de 15 reais.
Festa Vegetariana, da britânica Celia Brooks Brown, contém "80 receitas sofisticadas, com ingredientes frescos, molhos encorpados e sabores marcantes", mas entre esses ingredientes há a inclusão de peixe, o que beneficiaria a estranha categoria dos "pisco vegetarianos" - peixes, por definição, são "animais vertebrados, aquáticos...", portanto, são carne, sim e essa constatação anula o título da matéria que Zero Hora publicou em seu caderno ZH Gastronomia de hoje, 5 de agosto:
Já o Festa Vegetariana 2ª edição, não contém receitas com carne, o que é o princípio básico do vegetarianismo - não consumir carne... existem os vegetarianos que consomem ovos, leite, mel e os que não consomem nenhum produto de origem animal, mas rotular alguém que come carne de peixe como vegetariano é um paradoxo!
O livro de receitas Festa Vegetariana 2, produzido pela Sociedade Vegetariana Brasileira, acaba de ser lançado durante a bem sucedida VII NaturalTech - Feira Internacional de Alimentação Saudável, Produtos Naturais e Saúde, em São Paulo. A nova edição, revista e ampliada, traz três capítulos inéditos: Festa Junina, Churrasco Veg e Depois da Festa, com várias receitinhas para saudar São João, curtir um espetinho sem crueldade e ainda recuperar o corpo e a alma após baladinhas extravagantes. O capítulo Lista de Compras também está recheado de novos ingredientes transados, capazes de tornar sua cozinha ainda mais saborosa.
O livro custa 20 reais e está a venda no site da SVB: Festa Vegetariana 2
Aqui também é possível comprar o primeiro volume de Festa Vegetariana, juntamente com a Cartilha de Impactos Ambientais da Produção de Carne, pelo valor de 15 reais.
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