A cozinha é o lugar mais reconfortante da casa porque nele encontramos alimento para o corpo e para a alma. Deixe a Natureza entrar na sua e esqueça os produtos feitos pela indústria alimentícia em geral, que não coloca amor nesse ato nem está preocupada com a saúde do seu organismo e o de sua família!

Esse é um dos segredos de manter o bem-estar - não entregue essa função vital a terceiros - ponha a mão na massa, deixe a preguiça de lado e estabeleça como prioridade fazer a comida que vai mantê-lo longe das doenças!

sábado, 31 de outubro de 2009

A tentação dos macarrões instantâneos


Macarrão instantâneo tem até 5 vezes mais gordura

Pronto em apenas três minutos, o macarrão instantâneo é conhecido pela população como prático e ideal para quem não gosta ou não sabe, cozinhar.
Entretanto, o conjunto de macarrão e tempero pronto pode ser uma perigosa combinação para a saúde. A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Pro Teste) testou dez marcas do produto e constatou que as quantidades de sódio e gordura estão acima do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e por outras sociedades médicas.


“Alguns produtos têm cerca de cinco vezes mais gordura do que o macarrão tradicional”, atesta a coordenadora institucional da Pro Teste, Maria Inês Dolci. Segundo a coordenadora, estes altos índices são consequência da fritura que o macarrão instantâneo é submetido para que possa ser cozido rapidamente depois. “Os valores de gordura e de sódio estão diferentes do informado no rótulo”, explicou.

A pesquisa mostrou que alguns produtos contêm mais do que o dobro da quantidade de sódio recomendada para um adulto, o que de acordo com o cardiologista do Instituto do Coração (Incor) Paulo Camargo, pode acarretar vários riscos à saúde. “Pessoas com colesterol alto, hipertensão e crianças devem evitar ao máximo. Em geral, todo mundo deve evitar comer, porque não é um alimento saudável”. O especialista explicou que o alto teor de sódio pode fazer com que a pressão arterial aumente, além de reter líquido e proporcionar problemas cardíacos. Segundo ele, as sociedades médicas e a OMS indicam que o consumo diário de um adulto não deve ultrapassar 2 gramas de sódio.


Reportagem de Ivy Farias, da Agência Brasil (fragmento).

Mas pior ainda é que tais macarrões, atualmente, estão sendo fritos com óleo de palma, depois que a gordura vegetal hidrogenada foi transformada em vilã.
Leiam aqui sobre o óleo de palma:

"A produção de óleo de palma é a principal causa de desflorestação no Sudoeste Asiático, especialmente em Sumatra, na Malásia, o principal produtor deste produto.
A floresta tropical e a floresta de turfa são queimadas para dar lugar a plantações de palma, emitindo grandes quantidades de dióxido de carbono na atmosfera (a Indónesia é o terceiro emissor de gases de estufa do planeta) e ainda contribui para uma forte perda de biodiversidade (causa de extinção do tigre-de -sumatra, orangotango e outras espécies de fauna e flora únicas).
A área de plantações de óleo de palma na Malásia e na Indonésia já cobre 6 milhões de hectares, isto é, uma área comparável ao tamanho da Holanda e Bélgica juntas.
Antigas terras de cultivo de cereais, frutas e outros bens alimentares também não foram poupados a estas gigantescas plantações, o que deu origem a uma crise social, agravando a fome entre as comunidades mais pobres pela subida de preço do arroz e trigo (agro inflação).
Por sua vez, a indústria de alimentos, sob pressão das agências de saúde e das comunidades, estão rapidamente a substituir os produtos com gorduras hidrogenadas por óleo de palma.
A substituição em nada favorece o consumidor, pois o óleo de palma possui alto teor de gordura saturada.
Não é um substituto mais saudável, elevando os níveis de LDL (mau colesterol), logo, contribuindo para o agravar das doenças cardiovasculares nos países industrializados.

(informação colhida do blog TAXUS)


E quanto ao tempero desses macarrões, já falamos aqui exaustivamente sobre a grande porcaria que é esse GLUTAMATO MONOSSÓDICO - os índices que eles consideram suportáveis são apenas a maneira que as empresas encontram para poder vender seu lixo ao consumidor, com o aval de órgãos da saúde (basta pagar que laudos saem...). Até que um certo dia, publicam a notícia de que os índices estavam muito altos ou errados...

ADICIONANDO: Esqueci de acrescentar uma opção para quando a vontade de comer um macarrãozinho instantâneo é "incontrolável": o Caseirito Funghi Mãe Terra, que é um macarrão instantâneo cuja massa é feita com farinha integral, tempero de funghi natural e não é frito (mandei um e-mail para eles a fim de saber qual o processo que usam). A VITAO também fabrica um instantâneo com farinha integral e tempero sem GM, mas ainda usa o processo de fritar a massa.

Sugestões para quando bate a fome e há falta de tempo:

Deixe leite vegetal pronto na geladeira e bata no liquidificador com uma fruta - adicione granola, coco ralado, castanhas raladas...

Uma salada crua - basta lavar os vegetais e picá-los - você vai gastar um pouco mais de 3 minutos mas mais tarde não vai precisar de soluções para problemas de saúde...

Um sanduíche natural - duas fatias de pão integral, um molho caseiro e vegetais como alface, rúcula, cenoura e beterraba, ovos picados, cogumelos fatiados, tomates etc e etc.

Frutas in natura - basta lavar e devorar (orgânicas, por favor)!

Alguém tem outras sugestões vapt-vupt saudáveis?

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Higienização dos alimentos


Me perguntaram a respeito da lavagem dos alimentos (vegetais) com água sanitária: não sigo tal procedimento!

Compro orgânicos, em 99% das vezes - para lavá-los (sim, mesmo os vegetais orgânicos devem ser lavados, para a retirada de microorganismos), uso muita água corrente, vinagre ou bicarbonato de sódio quando deixo de molho (principalmente o referido 1% que possa conter agrotóxicos - que nunca saem totalmente, por mais que você deixe-os de molho, esfregue, ensaboe, enxague, ferva etc e etc).

Coloco os alimentos numa solução de água (1 litro) com um pouco de vinagre (4 colheres de sopa), durante vinte minutos ou uso uma colher de sopa de bicarbonato de sódio.

Mas como a atuação da maior parte dos agrotóxicos é "sistêmica" (quando aplicado às plantas, circulam através da seiva e por todos os tecidos), descascar e lavar as frutas não garante a eliminação total dos resíduos, somente sua diminuição.

Esse procedimento eliminará, com eficiência, os microorganismos.


Complementando:


Pesquisa da bióloga da UERJ, Claudia C. Machado de Oliveira, sobre o efeito de lavar as verduras com água e água sanitária ou vinagre ou detergente ou bicarbonato de sódio - para a retirada de AGROTÓXICOS.

Resultados:
A melhor combinação para eliminar o veneno foi água e detergente, com efeito de 30% a menos; depois, água com bicarbonato de sódio, com efeito de 20% a menos.
O efeito do vinagre com água foi 10% e com água misturada com água sanitária o efeito foi zero, igual à água pura, que não diminuiu a presença dos agrotóxicos.

O estudo não diz se o efeito é igual em agrotóxicos sistêmicos.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Contaminação dos Alimentos: cuidado!


Estava andarilhando pelo Mercado Público, quando fui cercada pelo Perigo Físico, o Perigo Biológico e o Perigo Químico!

Nooooossa, que susto quando vi aquelas manifestações horripilantes me rodeando com suas caras horríveis... Na verdade, eles estavam sendo comandados por um funcionário do SENAI, que me deu uma cartilha - o Guia para uma Alimentação Segura.

Recuperada do trauma, fui para casa, li a cartilha e procurei o site: veja aqui.

Gostei muito de pesquisar lá: voltei a encontrar os 3 Perigos (ainda bem que agora eram só imagens), assisti a um video mostrando como nos defender desses três monstrinhos, revi a cartilha, que pode ser lida folha a folha, conheci uma página especial para o "consumidor do futuro" (nossas crianças) e muito mais!

É preciso ter cuidado para evitar a contaminação alimentícia e bem mais agora, que aproxima-se o verão e suas temperaturas absurdamente quentes.

"Você já deve ter ouvido falar, ou até mesmo ter vivido, algum problema causado por alimentos contaminados.
Constantemente vemos nos jornais matérias sobre este assunto, o que gera muita preocupação.
O PAS vem, desde 1998, apoiando empresas de toda a cadeia de produção de alimentos, ou seja, do produtor ao consumidor final. Além do desenvolvimento de metodologias e conteúdos, prepara técnicos que divulgam e implantam nas empresas de alimentos as Boas Práticas, que envolve higiene, manipulação, transporte, fabricação etc.. Com estas ações, o PAS aumenta a segurança e a qualidade dos alimentos produzidos pelas empresas brasileiras!
Entretanto, pesquisas do Ministério da Saúde indicam que o maior índice de contaminação por alimentos ocorre dentro das residências dos brasileiros!
Logo, nós consumidores temos grande responsabilidade com a segurança dos alimentos que compramos, transportamos, conservamos e preparamos em nossas casas.
Conhecendo os perigos que podem estar presentes na sua alimentação e aprendendo a combatê-los você estará garantindo uma alimentação segura para você e para sua família.
Conheça as dicas que o PAS tem para você!"

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Geléia Geral


Geléia de cereja-do-mato




Depois de identificada a frutinha misteriosa, pensei no que fazer com ela.

Primeiro - claro! - consumi-la em toda a sua vitalidade e energia - pura, com casca e aproveitando o sumo e as fibras.
Depois, experimentei na forma de suco - batida no liquidificador com um pouquinho de água filtrada e só! Ficou um colorido vermelho lindo, conservando o sabor ácido, lembrando a pitanga (mais uma da família das Eugenia, como o araçá, cerejas diversas, laranjinha-do-mato e tantas outras).
E, finalmente, uma receita para ser feita no fogo - uma geléia, para a qual selecionei as frutas mais perfeitas, não muito maduras, sem machucados.
Após toda essa função, apenas meio quilo de cerejinhas restou para o doce, mas foi o suficiente, pois não gosto de fazer grandes quantidades de alimento, não sou muito de armazenar comida - prefiro tudo sempre o mais fresco possível!

Já falei nos comentários do post anterior, mas não custa repetir: guardei todas as sementes das frutas utilizadas e quem estiver interessado em receber algumas para plantar no seu quintal ou nas ruas, mande um e-mail com seu endereço, que enviarei, com o maior prazer!

GELÉIA DE CEREJA-DO-MATO

Ingredientes (para 750 g de geléia)

500 g de cereja-do-mato
água suficiente para cobri-las mais um dedo de líquido
uma xícara e meia de açúcar (se usar mascavo, use do claro, porque o escuro tem um sabor muito forte que acaba mascarando o da fruta - se quiser, use o cristal)
2 CS rasas de agar-agar em pó

Como fazer

Selecione as melhores frutinhas, lave-as bem, retire os cabinhos.

Coloque-as numa vasilha grande que possa ir ao fogo, cobrindo com água e adicionando mais um dedo do líquido - durante a fervura, você irá verificar a necessidade de colocar mais água - no meu caso, não foi preciso.

Cozinhe por 45 minutos - quando ferver, mantenha o fogo baixo.
Coe, sem esmagar muito as frutas. Reserve o líquido, deixando amornar.

Dissolva a agar-agar em um pequena quantidade de água e adicione ao líquido morno da panela, mexendo devagar. Leve ao fogo, mexendo sempre e quando começar a ferver, desligue.

Deixe esfriar na temperatura ambiente, não é necessário levar à geladeira para solidificar, como acontece com a gelatina de origem animal.

Posteriormente, guarde em vidros (que devem ser fervidos antes do uso) na geladeira.

Numa fatia de pão feito em casa... que delícia!

A geléia pedia um pão novinho para acompanhá-la; fiz também um pão com recheio de azeitonas pretas e orégano (para aproveitar o gasto de gás em uma fornada).

Durante o cozimento da geléia com a gelatina, cria-se uma espuma na superfície: retirei-a com uma concha e virou um pequeno e suave manjar!

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Você conhece essa frutinha?


Minha madastra comprou uma casa com um enorme pátio, com muitas árvores (pitangueira, laranjeira), mas uma delas dá uma fruta que não conseguimos ainda identificar.
Pensei que fosse jambolão (ou jamelão) - é muito parecida... mas o jambolão tem uma única e grande semente e seu suco deixa a língua roxa, é bem escuro - o que não acontece com a frutinha misteriosa.
Ela tem duas ou três sementes no seu interior e o suco é de um tom vermelho-escuro - mas o sabor é ácido, como o do jambolão.
A árvore está cheia, pesada de frutos que estão caindo aos montes - minha madastra mandou um saco enorme delas e preciso fazer alguma coisa - pensei numa geléia,
Vou fazê-la, mesmo não sabendo a denominação da fruta e espero que alguém consiga essa informação, para eu poder colocar um nome na receita... rsssss

Eis algumas fotos da fruta e de suas sementes:






A internet é fabulosa mesmo, acabei de receber a informação que desejava através da Angela, do blog Cozinhar Consciente: o nome da frutinha é cereja-do-mato ou cereja-do-rio-grande (Eugenia involucrata). Tem, originalmente, um nome indígena -Ibárapiroca – vem do tupi-guarani e significa “Fruta da árvore que se descasca”.
É verdade, o tronco dela é muito liso, parece encerado de tão brilhante!


Valeu, Angela! Agora vou lá pra cozinha fazer a geléia e depois posto aqui os resultados!

Tenho que provar uma!

domingo, 25 de outubro de 2009

Dia Mundial do Macarrão


Quem não adora comer uma bela "macarronada", uma deliciosa massa preparada com as várias opções de molho - desde o singelo feito com tomates até os mais sofisticados?

Lembro ainda hoje, dos domingos em que íamos almoçar na casa da minha avó materna, de descendência italiana (Notari), em que ela fazia a massa em casa e eu acompanhava o processo, sentada ao lado da cozinheira, com muita curiosidade.
Porque parece que, às vezes, os melhores momentos da nossa vida estão localizados na infância? rssss
Bem, não é todo mundo que pode dizer isso, sei que muita gente não teve uma infância muito legal, mas a minha deixou boas lembranças (ou esqueci das ruins?) Nossa... filosofia dominical!

A data é lembrada em vários países: Estados Unidos, México, Turquia, Itália, Alemanha, Venezuela e, claro, no Brasil. Essa data, 25 de outubro, foi escolhida por ser o dia da realização do 1º Congresso Mundial de Pasta, em Roma, em 1995.

Para cozinhar uma bela massa, precisamos estar atentos à temperatura da água, o fio de azeite, um pouco de sal e atenção para não deixar passar o ponto de cozimento, para ficar al dente: massa amolecida é detestável!
Como costumo usar o macarrão com farinha integral, ele demora um pouco mais para cozinhar.

Uma curiosidade:
O macarrão é um alimento que precisa ser consumido logo após o cozimento - da panela ao prato. O procedimento de passar o macarrão pela água fria é um quebra-galho para quando você não puder servi-lo imediatamente. Isso é feito porque o macarrão absorve água durante o cozimento e, se não for jogada água fria, o macarrão continuará "cozinhando" com a água absorvida. O resultado será uma massa grudenta e fora do ponto. A água fria interrompe esse processo.

Em homenagem a esse prato tão apreciado por todos, fiz - é, claro! - uma receita de macarrão, MASSA COM TOFU E AZEITONAS PRETAS:

Ingredientes

500 g de macarrão integral
meio bloco de tofu
100 g de azeitonas pretas picadas
azeite de oliva extravirgem
sal marinho
2 dentes de alho picadinho
2 folhinhas de manjerona
1 cc de gengibre em pó
1 cc de curcuma
1 cc de curry
1 cc de orégano

Como fazer

Cozinhar os 500 g de macarrão em água fervente com um fio de óleo e sal marinho.

Enquanto ele cozinha, faça o molho:

Em pouco azeite, refogue o alho, acrescente o tofu picado e polvilhe os temperos (use pouco sal, deixe o sabor dos temperos sobressair).
Refogue por alguns minutos, apenas para o tofu incorporar os temperos.
Por último, acrescente as azeitonas picadas. Uns minutinhos mais e apague o fogo.

Com o macarrão já escorrido e colocado numa travessa, jogue o molho por cima e regue com azeite de oliva.


Buon apetit!

Vó, a tua massa é inesquecível!


Nota:
Para quem está acompanhando a "saga da araruta": ontem, sábado, não pude ir à Feira Ecológica pesquisar, porque desabou um violento temporal pela manhã... tive que ir mais tarde comprar verduras orgânicas num restaurante natural perto da minha casa, mas que não tem a variedade de alimentos vendidos na Feira.
Então, a parte final da expedição terá que ser realizada na semana que vem. Até lá!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Em busca da Araruta Verdadeira 2

Hoje resolvi fazer uma expedição ao Mercado Público, onde constatei que, realmente, não existe a verdadeira araruta à venda.





Entrei em todas as bancas que vendem alimentos secos, comercializando a "fécula de mandioca" - mas o interessante é que na embalagem está escrito FÉCULA DE MANDIOCA (ARARUTA), comprovando que, popularmente, a araruta virou um "pó que serve para engrossar".
Achei engraçada a existência de um produto denominado "amido de milho - maizena", utilizando, descaradamente, a marca MAIZENA na embalagem - essa palavra também já foi incorporada popularmente, assim como chamam gillete à lâmina de barbear.
É o que acontece também com o açafrão: o verdadeiro é caríssimo e necessita de milhares de flores para fazer uma pequena quantidade - o açafrão comercializado é o açafrão-da-terra, também denominado curcuma.
Veja aqui.

Falei a alguns lojistas que araruta não era fécula de mandioca, o que os deixou bem surpresos, de olhos arregalados, me olhando com espanto - certamente, não vão retirar os saquinhos das prateleiras e as pessoas vão continuar comprando assim mesmo, já que o que elas querem é o "pó que serve para engrossar".



Visitei até a Loja da Reforma Agrária, que vende alimentos produzidos pela agricultura familiar e também não souberam me informar de algum agricultor que estivesse plantando araruta no RS - igualmente não a vendiam - vi uns biscoitos de araruta na prateleira, mas certamente eram feitos com outro ingrediente...

Conversei com os donos da Macrobiótica Sauer, que concordaram comigo: é muito difícil encontrar araruta.

Saí de lá me certificando de que as pessoas compram fécula de mandioca mas chamam-na de araruta.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Em busca da Araruta Verdadeira 1

Me senti meio "Indiana Jones e Os Caçadores da Arca Perdida" hoje à tarde, quando saí na minha primeira expedição para encontrar a verdadeira araruta - em Porto Alegre - e não a fécula de batata ou polvilho, comercializada enganosamente sob a denominação de "araruta".

Escolhi como primeiro ponto de venda de "produtos naturais e/ou orgânicos", a Feira Ecológica do Menino Deus, situada no pátio da Secretaria Estadual da Agricultura, na av. Getúlio Vargas, 1384. Ela funciona das 14 até as 19 horas, nas quartas-feiras.
São poucas bancas, o local é bem tranquilo, cheio de árvores em volta e com muito espaço para estacionar.




Parei em uma das bancas que vendia araruta, mas estava em falta. A vendedora me garantiu que o fornecedor era confiável e me passou endereço para contato (já fiz e estou aguardando resposta, que oportunamente colocarei aqui).

Mais nenhum dos feirantes vendia araruta nem soube me informar se algum agricultor gaúcho a plantava.

Passando por uma banca enfeitada com verdes e belos vegetais, não resisti e comprei alguns. Puxei conversa com o feirante que me atendeu - seu Anselmo - que disse conhecer alguém que talvez plantasse araruta, mas só estaria presente na feira maior, que acontece aos sábados, na rua José Bonifácio, das 7:30 até as 13 horas.
Então, aguardo ansiosa minha segunda expedição, que irá, certamente, acontecer no próximo sábado.


Seu Anselmo, da banca da Copael, estava muito satisfeito com os dois prêmios recebidos pela cooperativa, na comemoração dos 20 anos da Feira Ecológica, festejados na semana passada: o prêmio de melhor atendimento e o da agroindústria.
Olha ele aí, orgulhoso, na foto:


Tendo realizado minha tarefa, antes de sair da Feira, parei na banca da Vera Lúcia Corrêa, culinarista natural, que faz delícias com produtos integrais e orgânicos, usando, inclusive, orientação macrobiótica nas suas receitas.
Ela está há 15 anos em ambas as Feiras (às quartas e aos sábados).
Como havia almoçado há menos de duas horas, não pude experimentar nenhum dos seus quitutes, mas tomei um cafezinho orgânico que estava pra lá de bom!





Até sábado, quando a saga continua...

Comentário adicional:

Rapidamente, veio a resposta ao meu e-mail; a empresa é a Shambala - Produtos Naturais, localizada em Santa Catarina - Constantino Rodrigues de Freitas, da Diretoria de Suprimentos foi o autor da informação:

Oi Vera,
Não trabalhamos com araruta. O mais perto é fécula de batata. Não conheço plantador de Araruta, mas podes perguntar ao Oráculo, o Google.
abraço


Então, ficou demonstrado que a araruta verdadeira é objeto raro - quase um Santo Graal.
Parece que o Oráculo aponta para apenas uma direção: a Bahia... ou bem mais longe: o Japão.

Para quem quiser tentar a Bahia, aqui eles afirmam que cultivam a verdadeira:
http://ararutadabahia.blogspot.com/2009/10/araruta-poderosa-e-vitaminada.html

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Araruta fake

Que coisa, não podemos confiar em quase mais ninguém...

Araruta verdadeira é difícil de encontrar e a maior parte da que é comercializada recebe a denominação de ARARUTA, mas contém fécula de mandioca ou polvilho.

Leiam aqui.

Vou pesquisar com os fornecedores aqui da cidade, para verificar o quanto temos sido enganados...

A EMBRAPA tem investido no renascimento da cultura desse tubérculo, que antigamente era bastante usado (provavelmente, foi desbancado pelo uso da "maizena" norte-americana...).

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

O pão nosso de cada dia



No Dia Mundial da Alimentação - 16 de outubro - é preciso incentivar os agricultores familiares a continuarem na roça.

E dizer-lhes - muito obrigado! - por garantirem o pão e a comida na nossa mesa.






sábado, 17 de outubro de 2009

Ordenhando a "vaca vegetal"

Um dos passos que mais me dá satisfação ao fazer os sucos verdes ou os "leites" vegetais, é quando, após liquidificar os ingredientes, coloco o produto final dentro de uma fraldinha e dou início à "ordenha", ou seja: apertar delicadamente o saquinho para extrair o líquido e reter as fibras.

Não lembra a forma da teta de uma vaquinha? rssss



É uma ordenha saudável, que não prejudica nem a nós nem aos animais.



Dependendo da composição, as fibras (resíduos) podem ser aproveitadas para fazer pastas, bolinhos, tortas ou o que a sua imaginação natureba inventar!



quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Olivero


Encontrei outra saborosa combinação de óleos: extra virgin olive oil and sunflower oil, ou seja, azeite de oliva extra virgem e óleo de girassol, num mesmo frasco.

Contém 25% de azeite de oliva e 75% de óleo de girassol; o sabor das oliveiras é bem forte e característico - ACIDEZ: abaixo de 1%.

Produzido por Costa d'Ouro S/A, empresa italiana e importado pela Cia. Zaffari Comércio e Indústria.

Usei cru, sobre a salada e também sobre o feijão preto - ambos os pratos ficaram
deliciosos.

A combinação dos óleos é perfeita!

domingo, 11 de outubro de 2009

"Leite" de aveia 2


Esquente 1 litro de água até ferver.

Espere esfriar um pouco e despeje a água morna sobre 100 ml de aveia (prensada, laminada ou em flocos) na quantidade para cobri-la e deixe de molho durante cerca de 10 minutos.

Bata a mistura no liquidificador até dissolver toda a aveia e acrescente mais água morna até completar 1 litro.

Bata novamente, passe no coador e está pronto.

sábado, 10 de outubro de 2009

Sódio na alimentação


Consumir comida industrializada - do tipo instantâneo, bastando jogar água quente ou fria por cima do pó ou de cozimento vapt-vupt - tem o atrativo de facilitar a vida, no sentido de rapidez.
Mas será que esse tempo que supostamente "ganhamos", não será cobrado, de forma às vezes bem sofrida, mais adiante, pelo surgimento de doenças (desequilíbrios)?

É o caso das sopas prontas: basta verificar as prateleiras dos supermercados e constatar a enorme variedade de marcas, sabores, ingredientes, sendo que algumas apresentam o rótulo de "natural"... É uma tentação, concordo - uma refeição "saudável e saborosa", feita em alguns minutos! Mas atenção, é mais uma das armadilhas da indústria alimentícia.

Veja porque:

Elas estão salgadas demais!

Um prato de sopa industrializada pode ter até a metade da dose diária de sódio recomendada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Uma pesquisa do Idec (Instituto Braisleiro de Defesa do Consumidor) com 42 sopas prontas, entre desidratadas, instantâneas e congeladas de 18 marcas, mostras que quase 20% delas têm sal em excesso, o que comprovadamente é perigoso para a saúde.

Segundo a Anvisa, um adulto deve consumir até 2.400 mg de sódio por dia, o que equivale a 6 gramas de sal (sempre diminuo a "quantidade oficial" de consumo, porque eles apresentam um número que está no limite, no vermelho - então, seriam 4 gramas). Já a OMS recomenda 2 gramas, o equivalente a uma colher de chá.
Das sopas testadas pelo Idec, 8 estão acima desse limite (não vou relacionar quais, porque não sou favorável ao consumo de nenhuma delas). A quantidade de sódio declarada nos 42 rótulos analisados varia de 8 a 51% da recomendação diária para adultos. Se na mesma refeição forem consumidos, por exemplo, um pãozinho francês e uma colher de queijo parmesão ralado, a ingestão de sódio sobre para 28 a 71% da recomendação diária.

O excesso de sódio no organismo pode levar à retenção de líquido, ao aumento da pressão arterial e ao agravamento da hipertensão; para idosos, a ingestão deve ser mais controlada ainda, porque tendem a reter mais sódio e ficam mais sujeitas a desenvolver hipertensão.
Para crianças com menos de um ano, concordo com a indicação da Macrobiótica: nada de sal! O sal contrai e nessa fase da vida, a criança tem mais é que expandir, crescer. Além disso, é preciso dar às crianças a oportunidade de conhecer o verdadeiro sabor do alimentos.


Fora o excesso de sal, a pesquisa do Idec observou também que as sopas têm baixos valores de proteínas, sendo pouco nutritivas e contêm realçadores de sabor - o famigerado "glutamato monossódico", um sal sintético descoberto no Japão no início do século passado que é utilizado em larga escala para realçar o sabor dos alimentos; sabe-se que essa substância age nos neurônios, o que provoca uma superexcitação nervosa - a consequência mais comum disso é a enxaqueca, mas acontece também a produção de radicais livres que matam neurônios cognitivos, causando problemas de memória.
Causa uma reação alérgica bem conhecida, chamada SRC (Síndrome do Restaurante Chinês, pois eles usam muito esse ingrediente na comida, apesar de ter sido uma invenção japonesa...) e acomete cerca de 5% da população (traz dor de cabeça e palpitação, entre outros sintomas).
Quando for consultar um rótulo de produto, cuidado, porque o GM usa "apelidos" para disfarçar sua presença: intesificador de sabor, proteina hidrolisada, extrato de malte e outros.

Da mesma forma, fuja dos cubinhos mágicos de galinha, carne ou legumes, igualmente uma fonte exagerada de sal e GM - qualquer pòzinho indicado para dar sabor ou realçá-lo, contém esses dois elementos em excesso e outros aditivos, igualmente prejudiciais.

Use e abuse das ervas, dos temperos verdes, do limão, do vinagre de arroz e de maçã - use, enfim, a criatividade e dispense mais tempo na cozinha do que no consultório médico!

E além disso, o sal usado nos produtos industrializados, é o SAL REFINADO.
Procure usar o SAL MARINHO na sua alimentação diária: é obtido pela evaporação da água do mar, o que o torna mais puro e não passa pelo processo de refinamento.
Tem uma coloração mais escura e o sabor menos salgado do que o refinado (talvez, por esse motivo, no início da mudança você use uma quantidade maior de sal, até encontrar a medida correta).
Por não ser refinado, o sal marinho contém os microminerais que são removidos durante o processo do refino, inclusive o iodo (aproximadamente 84 minerais são eliminados nesse processo).

sábado, 3 de outubro de 2009

Primavera e flores



Não dá para imaginar uma cena primaveril sem a presença das flores!
Elas são lindas, delicadas, coloridas, perfumadas, agradam à nossa visão e ao nosso olfato. Mas também conseguem agradar ao nosso paladar, pois muitas delas pode ser consumidas como alimento.

Tenham cuidado na escolha: uma grande variedade delas, mesmo não sendo cultivada com agrotóxicos, pode ser perigosa para a saúde. Antes de invadir seu jardim à procura de um singelo ingrediente para salada, é preciso conhecer bem as plantas para não correr riscos - assim como devemos conhecer aquelas que usamos para fazer chás.

A flor que mais se destaca pelo seu valor nutricional é a capuchinha, também conhecida popularmente como chagas, flor-do-sangue e agrião-do-México. A denominação "flor-do-sangue" provavelmente surgiu da fama que adquiriu como remédio para anemia. É muito usada também no tratamento contra o escorbuto, pelo elevado conteúdo de vitamina C.
A capuchinha é nativa do Peru, México e regiões da América Central; tanto as folhas como as flores apresentam sabor picante, muito parecido com o do agrião.

Como comprei capuchinhas na feira, procurei uma receita em que elas fossem um dos ingredientes e encontrei uma salada, na qual fiz algumas substituições; após a metamorfose, a receita ficou assim:

Salada de arroz selvagem com cogumelos shitake e capuchinha

Mas antes de postar o conteúdo da receita, alguns comentários sobre os principais ingredientes, além das flores comestíveis:

O arroz selvagem é um ancestral do arroz cultivado atualmente. Na verdade, é a semente de uma gramínea aquática, portanto não é propriamente arroz. Exala um aroma de ervas, que remete ao seu ambiente natural - os lagos e rios dos Estados Unidos e Canadá.
Suas qualidades nutricionais: pobre em gorduras e rico em proteínas, lisina (um aminoácido) e fibras. Também uma boa fonte de potássio, fósforo e vitaminas (tiamina, riboflavina e niacina).
Cozinha-se com sal e água, até romper a casca; demora um pouco mais para cozinhar do que o arroz e sua consistência fica um pouco mais dura.


O cogumelo shitake é rico em proteínas, contendo as vitaminas E, B, C e D e os sais minerais cálcio, fósforo, ferro, potássio. Além disso, possui fibras dietéticas que auxiliam na digestão e níveis baixos de açúcar e gorduras.

Ingredientes

200 g de arroz selvagem
300 g de cogumelos shitake
100 ml de azeite de oliva
3 tomates maduros cortados em cubos
2 pepinos cortados em cubos
1 cebola cortada em cubos
30 g de mostarda Dijon
folhinhas de hortelã e manjericão
capuchinhas

Como fazer

Cozinhar o arroz em água e sal marinho. Deixar esfriar.

Bater no liquidificador a mostarda, o azeite e as folhinhas verdes (reservar algumas para enfeitar o prato).

Numa travessa grande arranjar o arroz, os cogumelos fatiados, os tomates, os pepinos e a cebola (se achar a cebola crua indigesta, derrame água fervente sobre ela, rapidamente).

Por último, decore com muitas flores e algumas folhinhas de manjericão e hortelã.

Sirva a salada acompanhada do molho de mostarda.

Outras flores que também podem servir de alimento e em quais pratos elas encaixam melhor:

Rosas, hibiscus e gerânio (saladas de frutas)

Flor de abobrinha (risotos)

Amor-perfeito (saladas de folhas)

Lavanda (para aromatizar sorbets)

E não esqueça: compre-as em mercados e hortifrútis, nunca em floriculturas!