A cozinha é o lugar mais reconfortante da casa porque nele encontramos alimento para o corpo e para a alma. Deixe a Natureza entrar na sua e esqueça os produtos feitos pela indústria alimentícia em geral, que não coloca amor nesse ato nem está preocupada com a saúde do seu organismo e o de sua família!

Esse é um dos segredos de manter o bem-estar - não entregue essa função vital a terceiros - ponha a mão na massa, deixe a preguiça de lado e estabeleça como prioridade fazer a comida que vai mantê-lo longe das doenças!

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Nostalgia

Esse não é o melhor papel para embalar o puxa-puxa, mas o papel manteiga

Lendo uma crônica escrita em ZH, pela Katia Suman, radialista e apresentadora de TV, fui transportada ao passado por uma das gostosuras que comíamos antigamente: segundo ela, o puxa-puxa, era uma instituição das praias do litoral do Sul.
Como na minha infância não passávamos os verões na orla gaúcha, minha convivência com o puxa-puxa foi aqui na cidade mesmo, no armazém do qual minha mãe era dona. Os balcões eram feitos de madeira e vidro e neles podíamos enxergar as "delícias" comercializadas na época, além do puxa-puxa (feito com açúcar mascavo): o Beijo de Moça (uma espécie de alfajor magrinho, recheado com uma meleca branca, cuja composição desconhecíamos e com cobertura de chocolate), o Beijo Africano (irmão do outro Beijo, mas seu interior era feito de pão de mel), as balas azedinhas com listrinhas coloridas, os pirulitos em formato de chupeta com apito, as balas de goma, as de leite, os doces de abóbora e batata-doce, molinhos por dentro e com uma casquinha crocante por fora...
Mas não pensem que por termos esse paraíso açucarado tão próximo, ele estava liberado para consumo total e irrestrito... Minha mãe era uma guardiã severa dessas maravilhas e ganhávamos, raramente, uma delas, geralmente aos domingos. Tinhamos pouco açúcar na nossa dieta, os doces eram raridades que valorizávamos.
Uma das minhas diversões era, depois de chegar da escola e fazer os "deveres de casa", ir para o armazém e debruçar-me nos balcões envidraçados, namorando todas aquelas iguarias, tão caras aos olhos infantis!

Mas voltando à crônica da Katia: ela fez uma pesquisa árdua em uma das praias para descobrir porque os puxa-puxas tinham desaparecido do cotidiano dos verões gaúchos e nessa busca, encontrou a dona Avani, catarinense "que se criou em engenho de açúcar mascavo, fazia o doce e os filhos vendiam todo final de semana". Segundo ela, "os guris vendiam uns 200 puxas por dia". E é ela também que explica por que isso não acontece mais: "eu acho que é porque agora as casas são todas cercadas, antes era mais fácil de chegar às casas. Agora todo mundo tem medo".
E além de me deliciar com essas reminiscências, fiquei mais contente ainda porque a dona Avani cedeu "a famosa receita do puxa-puxa, o autêntico, o único, verdadeiro":

Açúcar mascavo

Ingredientes

1 quilo de açúcar mascavo
uma xícara de água
1/2 xícara de vinagre branco


Como fazer


Mexer todos os ingredientes antes de botar no fogo.
Terminantemente proibido mexer depois de botar no fogo, porque açucara.
Quando começa a ferver a mistura fica bem líquida e é hora de baixar o fogo e esperar engrossar.
O grande segredo é o ponto e o truque é pegar uma colherinha de chá da calda, esfriar na água e ver se está sequinha, quebradiça. Mas atenção, não pode ficar muito seca.
Então, ponha essa massa marrom num tabuleiro de madeira ou numa assadeira untada com manteiga, deixa esfriar um pouco (não muito) e começa a esticar, puxando até clarear.
Vá puxando e cortando do tamanho que quiser.
Enrolar em papel manteiga (tem que ser esse, caso contrário, gruda no doce).

Obrigada à Katia Suman e à dona Avani por me proporcionarem essa viagem à minha infância.
Essa receita vou fazer num dia daqueles em que dá uma baita vontade de comer uma coisinha doce, por puro prazer...

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Sorvete natural de verdade!


No último programa Globo Repórter sobre alimentação (19/02/10), um dos temas abordados foi "sorvetes nascidos em laboratório não engordam e são deliciosos; na busca por uma receita mais nutritiva e saudável, foram feitos vários testes e se chegou a um sorvete sem leite, feito de soja".
Não assisti ao referido programa, mas fui dar uma olhada no site e nas receitas, que envolviam inhame, abóbora, abacate, mas não conseguiram livrar-se do açucarado leite condensado, dos emulsificantes artificiais e do creme de leite. Quanto à soja, insistem em divulgar os seus benefícios, quando sabe-se que ela deveria ser consumida apenas na forma fermentada, além de que hoje é quase impossível encontrar grãos que não sejam transgênicos. Ah, "mas isso também não faz mal, é biotecnologia, é avanço, progresso", dizem... a população come soja transgênica "empurrada goela abaixo" sem que estudos suficientes sobre danos tenham sido realizados!

Então, vi que nada de novo foi acrescentado e sem precisar da comprovação de um laboratório sofisticado, apenas o da minha cozinha, garanto a vocês que dá para fazer verdadeiros sorvetes naturais e saudáveis - sem soja, sem leite animal, sem leite açucarado, sem creme de leite, sem emulsificantes artificiais.



Confiram as receitas e comprovem:

Sorvete natureba

Sorvete de tâmaras

Verão tem cara de sorvete

Verão tem cara de sorvete 2

Estes podem receber, com louvor, o carimbo de SORVETES NATURAIS E SAUDÁVEIS!

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Aumenta tendência de vitaminar alimentos e bebidas


Mais informações sobre a tendência de vitaminar os alimentos e as bebidas, técnica cada vez mais usada pela indústria alimentícia para seduzir consumidores - no post anterior, nos referimos a aplicação desse estratagema nos refrigerantes.

Segundo a Coca-Cola, uma lata de 310 ml desse "refri vitaminado" supre 23% das necessidades diárias de vitaminas um adulto. (???????????) Além disso, a Coca Light Plus não é o primeiro refrigerante "aditivado" à venda no Brasil. Há quatro meses atrás, a Ambev colocou no mercado a Sukita Vitaminada. A fórmula da bebida à base de suco de laranja, lançada só aqui, ganhou vitaminas B3, B5, B6 e B9, além de aroma de maçã, mamão e banana.

Segundo o departamento de marketing da Coca-Cola, o público alvo da nova versão inclui as pessoas que não bebem refrigerante porque acham que faz mal à saúde. (???????????????????)

O produto já é vendido nos EUA, Ingalterra, França, Alemanha, Bélgica e na Finlândia. Para Paulo Al-Assal, diretor da consultoria de tendências Voltage, é inevitável que as empresas criem produtos com um apelo mais saudável, para atender à demanda que só cresce. Entre os consumidores mais preocupados com a alimentação, ele vê dois tipos distintos: parte deles procura alimentos naturais e orgânicos e outros se importam mais com a eficácia e a praticidade dos produtos: "Para esses, não importa se o alimento é artificial ou industrializado".

Em países como o Japão, já existe até bala, que faz bem para a pele e salgadinho que faz bem para o coração (e acredito também que Papai Noel existe...).

"É um mercado que ainda está começando aqui no Brasil e que tem grande potencial de estourar. Lá fora já é uma realidade", afirma Al-Assal. A Coca-Cola já está prometendo lançar produtos semelhantes ao Light Plus no Brasil, mas guarda segredo sobre quais são e quando chegarão ao mercado.

Informações editadas da Folha de SP de 20/02/10.

No post que escrevi ontem - Maus hábitos de berço - mostramos os erros da alimentação infantil e que, justamente, estão centrados nessa comida artificial. Encerrei o comentário com o seguinte pensamento: Fico satisfeita quando tanta informação de qualidade é assim veiculada - tomara aconteçam muitas mudanças e que, enfim, os pais despertem para a importância da alimentação para os pequenos seres humanos - nossos bebês! Acredito que a indústria alimentícia esteja desgostosa com as declarações, pois seus produtos foram desqualificados - qual será a reação? Estou curiosa... será que farão como no caso dos refrigerantes, onde decidiram adicionar vitaminas e minerais para torná-los mais "saudáveis"?
Parece que a reação já está ocorrendo, com força total...

Mas é importante que o consumidor perceba que o alimento artificial não apresenta a mesma vitalidade do alimento natural, apesar do acréscimo de "vitaminas e minerais sintéticos". Além de que a composição negativa - os ingredientes que nos fazem mal - continuam ali, como a gordura, os aditivos, o açúcar, o aspartame, a sacarina, os refinados, o fosfato e outros tóxicos. Apenas agora, estão sendo camuflados com a presença de elementos que, supostamente, irão ajudar a suprir nossas necessidades diárias de nutrientes. Muitos podem cair nesse jogo, ele é inteligente! Mas seja mais ainda - não esqueça que muitos produtos artificiais retiram nutrientes do organismo e não vão conseguir repô-los com a mesma qualidade!

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Maus hábitos de berço


Esse é o título de uma matéria publicada na Folha de SP de 18/02/10, no Caderno Equilíbrio.

Informação que assusta: estudo brasileiro aponta que bebês de quatro meses comem lasanha congelada, salgadinhos e bolacha recheda - dá para acreditar?

Estudo inédito da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), tal documento será publicado no "Jornal de Pediatria" - ele mostra que a família brasileira está oferecendo alimentos cheios de gordura, açúcar, sal, corante e outros aditivos alimentares para bebês com quatro meses de idade.

Participaram do estudo 179 crianças, entre quatro e 12 meses, de famílias das classes A, B e C de São Paulo, Curitiba e Recife.
O objetivo era saber o que elas comiam durante sete dias. As mães foram orientadas a anotar tudo numa planilha.
No meio da papelada, apareceram lasanha pré-pronta congelada, macarrão instantâneo, refrigerante, salgadinho tipo batata chips, chocolate, suco artificial e muita bolacha recheada. Os bebês também bebem muito leite de vaca.

Como esperar que as crianças não estejam sempre doentes ou, provavelmente, obesas?

Nenhum dos alimentos citados acima deve entrar na alimentação dos bebês de até um ano de idade, por terem baixo valor nutricional (engordam, mas não nutrem), serem ricos em gordura (inclusive trans), açúcar e sal. No caso do leite de vaca, por ser inadequado.

Penso que tais alimentos não deveriam fazer parte da dieta de crianças ou de adultos.

Outra constatação do estudo: os maus hábitos alimentares são generalizados.
"Bebês dos três extratos socioeconômicos das cidades pesquisadas comem muito mal", diz Roseli Sarni, presidente do Departamento Científico de Nutrologia da SBP e uma das autoras.
"A alimentação da criança é reflexo da alimentação da família. Se a família tem hábitos não saudáveis, como o alto consumo de sódio (do macarrão instantâneo), de carboidratos simples (balas e doces) e de gorduras, a criança também terá".
"A falta de educação alimentar e nutricional aliada às práticas de marketing faz com que os pais se percam na hora da escolha alimentar". A pediatra defende a adoção de políticas de educação nutricional e uma rigorosa legislação sobre a produção de alimentos para a mudança do panorama.
Além da falta de educação alimentar, de ler e não entender os rótulos, Sarni suspeita que outro fator contribui para a má qualidade da comida infantil: os pais não sabem cozinhar.

Incluiria que, além de não saber, também muitos não têm interesse em aprender; é muito mais fácil comprar comida pronta, atirar no microondas ou já trazer tudo pronto dentro de saquinhos, caixinhas e latas - parece que tempo dispendido na cozinha, é tempo perdido!

O estudo em números

Consumo dos bebês de 4 a 6 meses

38,5% comem bolacha, principalmente as com recheio
20% comem alimentos semiprontos, como as lasanhas congeladas
12,3% comem macarrão instantâneo
1,5% comem doces, como balas e chocolate
1,5% bebe suco artificial

Consumo alimentar dos bebês com mais de 6 meses

29,7% comem alimentos semiprontos, como as lasanhas congeladas
26% comem doces, balas e chocolate
16,2% comem macarrão instatâneo pelo menos duas vezes na semana
9% bebem refrigerantes
5,4% comem embutidos (linguiça, salsicha)

Especialistas esclarecem as 20 principais dúvidas sobre o cardápio infantil



Não vou colocar aqui todas elas, sendo que algumas envolvem o consumo de carne e o blog é vegetariano (assim como a comunidade Mães Natureza, que criei e modero no orkut) - não pretendo estimular o consumo de produtos animais.

Eis algumas bem úteis, principalmente para os pais de primeira viagem:


P - Posso usar sal?
R - Nunca. Os alimentos já contém sódio que supre as necessidades diárias do bebê até um ano de idade. "Pode colocar esta resposta em letras bem grandes no jornal, porque é muito difícil convencer mães, cozinheiras, babás e avós a evitar o sal na papinha, pois os brasileiros gostam de comida salgada", diz Mauro Toporovski, professor da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo.

Bravo! A Macrobiótica diz que não se usa sal na comida das crianças no primeiro ano de vida, já que ele "contrai", isto é, evita a expansão e é nesse período, justamente, que a criança obtém seu maior desenvolvimento.

P - Quais temperos podem ser incluídos?
R - Salsa e cebolinha, cebola e um fiapo de alho.

P - Posso colocar óleo?
R - Sim. Um fio de óleo vegetal, que não contém colesterol, quando a papa está pronta.
"Em geral, quando se faz um refogado, a queima do óleo produz uma substância que é irritante para a mucosa gástrica (a parte interna do estômago) para os adultos e, em particular, para os bebês", explica a nutricionista Tânia Rodrigues, diretora da RG Nutri, de São Paulo.

Bravo, novamente!

P - O que é proibido?
R - Temperos prontos, em tabletes ou pó. Atenção com espinafre, beterraba, rabanete e erva-doce. "Quando esses alimentos são reaquecidos, os nitartos presentes neles são convertidos em nitritos e nitrosaminas, substãncias carcinogênicas", diz Roseli Sarni.

Ponto para comida crua e fresca! Reaquecer alimentos?


P - Quais são as sobremesas mais indicadas para os bebês?

R - Os purês de frutas cozidas sem açúcar, como de maçã. Também pode-se oferecer salada ou sorvete de frutas sem açúcar e feitos em casa. "Se quiser variar a sobremesa, mude a forma de preparo ou a apresentação da fruta", diz Roseli Sarni.

Maravilha! Apenas não concordo com a ingestão de frutas e doces depois da refeição - elas deveriam ser oferecidas em lanches, nos intervalos das refeições.

P - Por que dar apenas frutas de sobremesa?
R - Porque é a sobremesa ideal para atingir as porções necessárias para serem ingeridas num dia. Melhor ainda que sejam frutas ricas em vitamina C, como a laranja, para ajudar na absorção de ferro. Além disso, elas estimulam a mastigação e o bom funcionamento intestinal. Roseli Sarni explica que nesse período o paladar infantil está sendo moldado e, se a criança comer mais alimentos doces do que os de qualquer outro sabor, pode criar um padrão e aceitar apenas comidas doces. Ou seja, quando a criança tiver de comer "os verdes" será um problema, porque o paladar dela prefere bolo, bala e bolacha recheada.

Concordo inteiramente que o paladar é educado! Mas ainda penso que as frutas devem ser oferecidas longe das refeições. A sugestão de ingerir uma fonte de vitamina C para ajudar na absorção de ferro é especialmente dirigida aos vegetarianos, que consomem o ferro não-heme (proveniente de vegetais). Para quem come carne, a indicação não é imprescindível.

P - Não posso dar bolacha recheada?
R - Nunca antes de a criança completar dois anos. Segundo Tânia Rodrigues, dar alimentos saudáveis favorece o bom funcionamento do sistema gastrointestinal, a aceitação de sabores salgados, amrgos e azedos. E esse tipo de bolacha costuma ser "recheado" de açúcar e gordura.

Podem me chamar de radical, mas bolachinhas recheadas feitas pela "mamãe indústria alimentícia" poderiam ser extintas da face da Terra...

P - Bebês podem comer gelatina artificial?
R - Não, porque são alimentos extremamente ricos em açúcar refinado, corantes ou conservantes e edulcorantes. "Gelatinas não são recomendadas em uma alimentação saudável", afirma Roseli Sarni.

Vivaaaa! Até que enfim "a palavra oficial" está informando a verdade - quem não deve estar gostando nada disso, são os fabricantes de todo esses "alimentos" contestados!

P - Pode-se oferecer água ou suco para o bebê após a papinha?

R - "Nas fases iniciais de introdução da alimentação complementar, antes da plena aceitação, recomenda-se leite materno", explica Roseli Sarni. Quando o aleitamento materno exclusivo termina, o bebê que já se acostumou com a papa, pode beber água nos intervalos das refeições e nos dias quentes.

P - Por que manter a oferta de leite materno após a papinha?
R - Segundo Sarni, além de ser um alimento completo, há estudos mostrando que o leite materno protege o bebê de reações alérgicas à comida nesse período de transição. "Mas isso é controverso, pois há documentos indicando que o leite materno não teria esse efeito protetor". A oferta do leite materno após a papa ocorrerá por um curto período de tempo, até o bebê se acostumar à refeição.

Já que é controverso - nada ficou provado em contrário ou a favor - fico com o consumo do leite materno sempre! Minha filha caçula mamou até os dois anos de idade e adorava o leite, mesmo gostando de todos os outros alimentos oferecidos.

Fico satisfeita quando tanta informação de qualidade é assim veiculada - tomara aconteçam muitas mudanças e que, enfim, os pais despertem para a importância da alimentação para os pequenos seres humanos - nossos bebês! Acredito que a indústria alimentícia esteja desgostosa com as declarações, pois seus produtos foram desqualificados - qual será a reação? Estou curiosa... será que farão como no caso dos refrigerantes, onde decidiram adicionar vitaminas e minerais para torná-los mais "saudáveis"?

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

O valor dos alimentos crus na alimentação infantil

Hoje à tarde, entrei na Livaria Paulinas e saí de lá com mais um livro sobre alimentação - gosto muito das publicações comercializadas por ela, que além de didáticas, têm um preço bastante acessível, o que torna o acesso à informação bem mais próximo do bolso do consumidor.
O livro chama-se Cuidando da Vida de Crianças - usando recursos e terapias naturais - é um título que relaciona-se totalmente com minha maneira de pensar a respeito de "cuidar de crianças"! Escrito por 4 autores (Pe. Paulo Wendling - dele já li o excelente Fica livre da tua doença - Maria Alice Tafuri Fachini, Altemir Berti e Rosaura Grizotti Berti, a publicação é da Editora Berthier, RS, 2008. Custa apenas 10 reais (o preço de uma revista).
O capítulo que mais me chamou a atenção é o que transcreverei abaixo, principalmente porque é uma questão pouco divulgada ou publicada: O Valor dos Alimentos Crus na Alimentação Infantil. Aproveitem e, se puderem, adquiram o livro, pois vale a pena absorver todo o seu conteúdo.

"Um crescente aumento de pesquisas nos últimos anos mostra que cuidar da saúde baseando-se na alimentação, o mais natural possível, é o melhor caminho para a vida com qualidade e longevidade.
E é na infância o tempo mais propício e determinante para uma vida presente e futura cheia de saúde.
Para isso, a alimentação deve ser composta, predominantemente, por alimentos vivos, mantenedores, equilibradores e geradores de vida.


É nos alimentos crus que encontramos as vitaminas, as enzimas e a energia vital necessárias para a manutenção e renovação da vida celular equilibrada em cada ser vivo.

Porém, é preciso prestar bem atenção: "Quando a importância das vitaminas foi descoberta no início do século 20, houve grande alarde no mundo científico. Em pouco tempo ficou conhecido que a saúde era prejudicada pela falta de vitaminas em alimentos cozidos e refinados. Porque essa propaganda? Porque era possível industrializar estas vitaminas e fazer um grande negócio!
Em 1940, o pesquisador norte-americano Edward Howell, analisando as enzimas, fez uma descoberta ainda maior: mostrou que as enzimas asseguram a vida em qualquer ser vivo. São as fontes de vida na alimentação. Entretanto, o mundo científico não fez alarde dessa descoberta extraordinária e não promoveu as enzimas como havia feito com as vitaminas.
Por quê? A explicação é simples: as enzimas só são encontradas em alimentos vivos, não cozidos. Não podem ser industrializadas.
Ora, se os doentes podem ser curados gratuitamente pela alimentação crua, quem teria interesse em divulgar isto?"
(RICHTER, Hildegard Bromberg. Um assassinato perfeitamente legal: nossa alimentação. Paulus. p.46)
As indústrias química, farmacêutica ou alimentícia, certamente não.
Alimentação crua como terapia não lhes seria nada lucrativo!

As enzimas são fermentos especiais que contêm a energia vital que dá origem à vida nas células. Elas dão a cada ser vivo, a cada espécie de planta e animal, sua característica própria, sua individualidade; constroem os órgãos e mantêm seu funcionamento. Não há divisão celular, crescimento e reprodução sem enzimas específicas.
Nosso organismo, porém, não consegue produzir sozinho todas as enzimas.
Como as vitaminas, diversas enzimas precisam ser obtidas através da alimentação viva.

E quanto mais enzimas (alimentos crus) a nossa alimentação contém, mais vida nova, mais células novas o corpo pode gerar. Isto significa energia, vitalidade, mais resistência, maior defesa contra doenças e bom funcionamento geral do organismo. Enzimas são uma das melhores descobertas para manter a saúde, proteger-se contra as doenças e até mesmo curar-se delas.

"A falta de alimentos crus e a consequente carência de enzimas prejudica a divisão celular. Nascem células defeituosas que acabam crescendo de maneira desordenada, produzindo úlceras, cânceres, tumores e miomas". (RICHTER, Hildegard Bromberg. Um assassinato perfeitamente legal: nossa alimentação. Paulus. p.49)
As doenças infecciosas, tão frequentes entre as crianças, só aparecem quando o sistema imunológico está enfraquecido por falta de substâncias vitais, ou seja, alimentação errada. Nós, pais, podemos poupar nossos filhos de muito sofrimento, de doenças infecciosas e de vacinas frequentemente prejudiciais, oferecendo-lhes alimentos vivos. As crianças gostam de alimentos crus. Na maioria das vezes, somos nós, os pais, que precisamos conhecer, mudar nossos hábitos alimentares e oferecer alimentos corretos para que nossos filhos e nós vivamos com mais saúde.

E não adianta nada prejudicar e enfraquecer a saúde das crianças com alimentos cozidos e industrializados e depois dar suplementos de vitaminas e minerais produzidos em laboratório. Pois esses não são bem aproveitados e ainda continua faltando em seu organismo a energia vital com as enzimas e todo o seu valor vitalizador, regenerador e equilibrador.

Outra orientação importante é iniciar cada refeição com uma boa quantidade de alimentos crus. Só assim evitamos a LEUCOCITOSE, que é o aumento transitório dos leucócitos no sangue, como se fosse o "exército de defesa". Este aumento de glóbulos brancos, que são nossas células de defesa, ocorre toda vez que a criança (e também adultos) ingerir alimentos cozidos ou industrializados sem precedê-los pelos crus.



O livro também enfatiza a riqueza dos sucos, usando plantas, hortaliças, germinados e frutas - feitos no liquidifcador, com pouca água, coados, sem uso de açúcar. Devem ser feitos e consumidos na hora, caso contrário perderão os nutrientes e oxidarão - por isso, nada de guardar na geladeira para beber mais tarde...

Algumas combinações sugeridas:

Cenoura, semente de girassol germinada e maçã
Castanha-do-pará com maçã
Broto de alfafa, maçã e salsa
Salsão e maçã
Mamão e ameixa seca
Beterraba com gengibre
Brócolis, couve, picão e gotas de limão
Inhame, pepino, folhas verdes e funcho
Abacaxi com menta (hortelã)
Folhas verdes, germinados, maçã e gotas de limão

Nota: Hildegard Bromberg Richter, citada no texto, é uma das fundadoras da TAPS (dirigida e mantida por ela até 2006). Para quem ainda não conhece, "a TAPS (Temas Atuais na Promoção da Saúde) foi fundada em 1982 por um grupo de profissionais de várias áreas, com o fim de promover a saúde integral
e a saúde da comunidade.
Através do website e das publicações, a Taps espera incentivar as pessoas a se libertarem da dependência exclusiva da medicina convencional e seus medicamentos - indispensáveis em situações de emergência, mas que nada faz para fortalecer o sistema imunológico.
É nosso desejo que a informação contida neste material incentive a todos por uma vida mais consciente, saudável, livre e mais harmônica.
As informações são fornecidas de maneira isenta,
sem preconceito e independente de influência política, religiosa ou do interesse de grupos."

Aqui o link da TAPS sobre alimentação:
http://www.taps.org.br/Paginas/Alimentacao.html
Sobre comer cru:
http://www.taps.org.br/Paginas/Comercru.html
E sobre vegetarianismo:
http://www.taps.org.br/Paginas/Vegetariano.html

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Paul Newman, orangotangos e óleo de palma


Essa combinação parece letra de "samba do crioulo doido", mas, absurdamente, tem sentido.
Paul Newman (um dos meus atores preferidos, desencarnado em 2008), os orangotangos e a gordura trans relacionam-se nesse artigo do New York Times, publicado em 12/04/2006 e intitulado "Nos EUA, óleo de palma é alvo dos ecologistas".
Já comentamos no blog os problemas causados pelo uso do óleo de palma na alimentação, supostamente nos livrando dos males da gordrura trans. Vamos aprofundar o assunto, através da leitura desse texto, cujo autor é Kim Severson.

"Tudo começou de forma muito simples, com a indústria de alimentos explorando o óleo de palma como uma alternativa à gordura transversa.

Agora, Paul Newman está zangado, orangotangos estão morrendo e pode ser que os biscoitos recheados nunca mais sejam os mesmos.

A protagonista - se é que uma história sobre gordura dietética pode ter uma protagonista - é Nell Newman, filha do ator Paul Newman. Em 1993, ela falou com o pai sobre a criação de uma pequena linha de produtos orgânicos como parte da sua companhia de alimentos, a Newman's Own, cujos lucros são dirigidos às instituições de caridade. Nell o convenceu a implementar a idéia ao fazer para ele um jantar de Dia de Ação de Graças usando apenas ingredientes orgânicos.

Assim como outras companhias que produzem maciçamente alimentos como biscoitos e crackers, a Newman's Own Organics desejava encontrar uma forma de evitar o uso da gordura transversa, um ácido graxo criado artificialmente e encontrado naquilo que várias cozinheiras domésticas chamam de "shortening" ("margarina culinária").

Também conhecida como óleo parcialmente hidrogenado, a gordura transversa é considerada a pior gordura na dieta norte-americana. Ela não só eleva o nível do mau colesterol, mas acredita-se também que reduza a taxa do bom colesterol. As Diretrizes Dietéticas de 2005 do Departamento de Agricultura sugerem que se coma a menor quantidade possível de gorduras transversas, e neste ano o governo federal obrigou as fabricantes de alimentos a incluírem as quantidades de gordura transversa nos seus rótulos de informação nutricional.

A Newman's Own Organics usa óleo de palma, uma gordura dietética que também está cercada de controvérsias. O fruto da palma tem o tamanho aproximado de uma ameixa, e quando a sua polpa (mesocarpo) é esmagada, obtêm-se um óleo que é cerca de 50% saturado.

O óleo de palmiste (a amêndoa do fruto da palmeira) também é utilizado para a fabricação do óleo, que é extraído por um processo químico. Ele possui um conteúdo bem mais elevado de óleo saturado, mas não tão alto quanto o do óleo de coco, que é quase que totalmente saturado.

Para as pessoas que não têm ouvido os seus médicos ultimamente, uma quantidade excessiva de gordura saturada pode causar doenças cardíacas. E este é um dos motivos pelos quais o Centro de Ciência no Interesse Público, um grupo de defesa da alimentação saudável, lançou uma campanha contra o óleo de palma.

O diretor-executivo do grupo, Michael Jacobson, disse que há o temor de que a indústria de alimentos substitua o óleo parcialmente hidrogenado pelo óleo de palma, uma gordura que não é tão ruim, mas que ainda contribui para as doenças do coração.

Até o momento, a quantidade de óleo de palma no suprimento norte-americano de alimentos é trivial quando comparado à de óleo de soja e de canola.

"Quero deixar as coisas deste jeito", disse Jacobson. Mas a quantidade de óleo de palma que os Estados Unidos estão importando do sudeste da Ásia, de onde vem a maior parte deste produto, continua aumentando. As importações saltaram de 195 mil toneladas em 2003 para 405 mil toneladas em 2005, segundo estatísticas do Serviço de Agricultura Estrangeira do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

É aqui que entram os orangotangos. No verão passado, o Centro de Ciência no Interesse Público divulgou um relatório chamado "Óleo Cruel". Nele, o grupo afirma que trechos cruciais de floresta tropical estão sendo destruídos e transformados em plantações de palmeiras na Malásia e na Indonésia, que respondem por mais de 80% da produção mundial de óleo de palma. Os orangotangos vivem em Sumatra e em Bornéo, e a campanha sustenta que estes primatas e outros animais ameaçados, incluindo tigres e rinocerontes, estão correndo o risco de "morrer por causa de um biscoito".

E é aqui que entra Paul Newman. Jacobson e outros autores do relatório acusam Paul Newman de "se gabar" nos seus rótulos de biscoitos e pipoca de microondas de que o óleo de palma não contém gordura transversa, e que ele é menos saturado do que o óleo de palmiste.

"Essas declarações são literalmente verdadeiras, mas elas enganam as pessoas, ao fazer com que pensem que o óleo de palma é totalmente saudável", diz o relatório. "O óleo de palma não é um alimento saudável".

Para Nell Newman, que investiu bastante tempo e dinheiro na agricultura sustentável e outras causas ambientais, o ataque contra a companhia da sua família parece ser injusto. O seu pai ficou ainda mais furioso.

"Isso realmente aborreceu papai", declarou Nell Newman. Ele ficou obcecado por provar que o tipo de óleo de palma usado pela companhia é uma alternativa saudável às gorduras transversas, e que a Newman's Own Organics não está enganando os seus clientes.

A companhia utiliza o óleo de palma de árvores cultivadas organicamente na Colômbia, que não possui orangotangos, explica Neil Blomquist, ex-diretor-executivo e ex-presidente da Spectrum Organic Products, que vende óleo de palma para a Newman's Own. Segundo Blomquist, o óleo da companhia é obtido por meio de práticas ainda mais criteriosas do que aquelas sugeridas pela Conferência do Óleo de Palma Sustentável, um grupo que inclui plantadores, processadores e ambientalistas.

Ele disse que algumas das plantações são cultivadas como parte dos esforços do governo dos Estados Unidos no sentido de fornecer aos agricultores uma alternativa à cultura da coca. Blomquist, que atualmente presta serviços de consultoria ao Grupo Hain Celestial, que comprou a Spectrum, visitou os campos de plantações de palmeiras na Colômbia.

Assim como vários nutricionistas e vendedores do setor de alimentos saudáveis, Blomquist acredita que o óleo do fruto da palma e o tipo de gordura saturada que ele contém sejam mais saudáveis do que as gorduras saturadas derivadas das carnes de boi e de porco.

"Esse produto é uma fonte excelente daquilo que eu chamaria de um óleo minimamente neutro, mas eu creio que ele proporciona também alguns benefícios para a saúde", opinou Blomquist.

Quando se trata da ciência das gorduras dietéticas, determinar o que e quando comer é algo como praticar tiro contra um alvo móvel. Continuam em andamento as pesquisas para determinar quais gorduras são benéficas e quais se constituem em uma rota rápida para um ataque cardíaco. E, conforme ficou demonstrado com a guinada que o Centro de Ciência no Interesse Público e outros órgãos tiveram que dar com relação às gorduras transversas e à margarina, que já foram tidas como alternativas saudáveis à manteiga, a ciência às vezes erra.

O médico Walter Willett, diretor do Departamento de Nutrição da Escola de Saúde Pública da Universidade Harvard, disse que optaria pelo óleo de palma, e não pelas gorduras reversas, caso usasse a receita de um prato que necessitasse de um pouco de gordura densa.

"Se o indivíduo for cuidadoso, não há necessidade de usar muito, e em tal caso o óleo de palma é a melhor escolha", disse ele. "Várias gorduras saturadas não são totalmente ruins. Elas não são tão adversas quanto as pessoas acreditavam no passado".

Mesmo assim, ele encoraja a população a usar óleos líquidos como o de canola e o de oliva sempre que possível, e a limitar o uso geral de gorduras saturadas.

Algumas companhias que estão procurando encontrar uma gordura capaz de tolerar o abuso resultante da produção de alimentos em grande quantidade e, ao mesmo tempo, fornecer a textura característica das gorduras transversas, se voltaram para os óleos de canola ou de açafroa. Outras usam óleos líquidos que foram condensados por meio da hidrogenação total e, a seguir, amolecidos com mais óleo líquido. E algumas estão trabalhando com um processo chamado interesterificação, que envolve enzimas.

Na frente relativa ao óleo de palma, as coisas haviam se acalmado em torno da casa dos Newman até o mês passado, quando o grupo de Jacobson publicou um anúncio de página inteira no "The New York Times", que mostrava a foto de um bebê orangotango rodeado por crânios de orangotangos adultos. "A produção de óleo de palma está matando orangotangos", dizia o anúncio.

Para Nell Newman, cujo trabalho com os falcões peregrinos ameaçados fez com que ela ingressasse no universo dos produtos orgânicos, a conexão que estão fazendo entre os seus biscoitos e malefícios aos animais é algo de horrível. Mas os Newman não querem entrar novamente em uma polêmica com Jacobson.

"Quando não consegue o que deseja, ele simplesmente aumenta a aposta", critica Peter Meehan, que administra juntamente com Nell Newman o setor orgânico da companhia de alimentos.

Paul Newman, que passou meses lidando com essa questão, também não quer mais falar sobre o assunto.

"Ele não sabe o que poderia acrescentar a esta altura", disse Meehan.

O Conselho Malasiano de Promoção do Óleo de Palma também não está nem um pouco satisfeito com Jacobson. A instituição publicou um anúncio de meia página na terça-feira (11/04) no "The New York Times" contestando as afirmações de que a produção de óleo de palma destrói o meio-ambiente e promove doenças cardíacas.

Jacobson nega estar engajado em uma campanha pessoal contra os Newman e admite que o óleo de palma da ilustre família não está matando os orangotangos. Mas ele ainda critica os rótulos nutricionais.

Ele disse que os Newman usam uma linguagem nesses rótulos que faria o seu autor ser alvo de gargalhadas em uma escola de marketing: "Os rótulos podem passar no teste ambiental, mas não coma esses biscoitos se você realmente se preocupa com o seu coração".

A menos que você seja um dietetista ou goste de fazer contas antes das refeições, descobrir a quantidade de gordura saturada que está ingerindo pode ser um desafio. Não mais que 10% das calorias ingeridas diariamente devem ser provenientes de gorduras saturadas. Para as pessoas que ingerem 2.000 calorias diariamente, isso representa cerca de 22 gramas.

Imagine três marcas de biscoitos recheados feitos com gorduras saturadas provenientes de fontes diferentes. Para se ingerir a quantidade diária máxima recomendada de gorduras saturadas uma pessoa poderia comer 29 biscoitos recheados Newman-O's, feitos com óleo de palma. Caso a escolha fosse pelo Oreos, que contém óleos de canola e de palma, poder-se-ia comer 33 biscoitos. Mas se a pessoa preferisse os biscoitos recheados orgânicos que usam óleo de girassol em vez de óleo de palma, ela poderia comer 88 biscoitos Country Choice (mas é importante lembrar que isso representaria 5.720 calorias)."

Tradução: Danilo Fonseca

Particularmente, não comeria nenhum desses biscoitos...

E mais duas notícias breves, enfatizam que o óleo de palma não é uma boa escolha mesmo:

"A organização ecologista WWF/Adena (World Agriculture and the Environment), publicou recentemente um estudo onde aponta a agricultura como a maior atividade produtiva do mundo, mas também como uma das ameaças mais perigosas para o Planeta: a produção ineficiente de alimentos e as práticas culturais incorretas causam a desflorestamento, a escassez e a contaminação dos recursos hídricos.
(...) No seu estudo, o cientista aponta o óleo de palma como o produto que maior ameaça representa para os mamíferos em perigo de extinção, pelo fato de as plantações maciças daquele cultivo invadirem os habitats de animais como o elefante asiático, o rinoceronte da Sumatra, o orangotango e o tigre.
Segundo dados da WWF/Adena, a agricultura desperdiça 60 por cento dos 2500 bilhões de litros de água que emprega por ano, o que significa que em muitas zona da Terra os recursos hídricos estão a ser explorados para além dos seus limites."
(07/11/04)


"Os Amigos da Terra (Friends of the Earth) publicaram um relatório sobre o impacto da produção de óleo de palma. "Entre 1985 e 2000, o desenvolvimento das plantações de óleo de palma foi responsável por um desflorestamento na Malásia estimado em 87%. Em Sumatra e no Bornéu, cerca de 4 milhões de hectares de floresta foram convertidos em plantações de palmeiras. Agora está projetada a liquidação de mais 6 milhões de hectares na Malásia e outros 16,5 milhões na Indonésia. O orangotango provavelmente desaparecerá da floresta. Os rinocerontes, os tigres, os macacos probóscides, os tapires e milhares de outras espécies podem ter o mesmo destino. Milhares de indígenas foram expulsos das suas terras, e cerca de 500 indonésios foram torturados quando tentaram resistir. Toda a região está a ser transformada num gigantesco campo de óleo vegetal. Antes de serem plantadas as palmeiras, que são pequenas e baixas, muitas outras árvores de floresta, que contêm uma muito maior armazenagem de carbono, têm de ser abatidas e queimadas. Uma vez esgotadas as terras mais secas, as plantações estão a mover-se para as florestas de pântano, que crescem sobre turfa. Depois de terem cortado estas árvores, os agricultores drenam o solo. À medida que a turfa vai secando ela oxida-se, libertando ainda mais dióxido de carbono do que as árvores. Em termos de impacto quer no ambiente local quer no global, o biodiesel de palma é mais destrutivo que o petróleo bruto da Nigéria.
(26/3/07) Vemos aqui que o óleo de palma, além de alternativa para, pretensamente, eliminar a gordura trans dos produtos alimentícios, também está sendo cultivado para uso como combustível (biodiesel).

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Refri com nutrientes?


Que refrigerante não é saudável, engorda e vicia, já sabíamos... inventaram o diet e o light, para evitar que o consumidor ingerisse açúcar (na verdade, com o adoçante artificial, houve apenas uma troca de veneno).
Agora, inventaram o refrigerante com suplementação de nutrientes!
Mas é muita cara-de-pau! Fico pasma...


"A Coca-Cola Brasil inaugura uma nova era no mercado de refrigerantes no País com o lançamento de Coca-Cola light plus, produto de baixas calorias que também é fonte de vitaminas B3, B6 e B12 e dos minerais magnésio e zinco."

Agora, beber refrigerante também é saudável (segundo a lógica distorcida do fabricante)!

Mas vamos recordar e anfatizar os malefícios, para não nos deixarmos enganar por essas manobras pretensamente espertas das equipes de marketing da grande indústria.

"Será que realmente, os refrigerantes diet e light trazem benefícios à saúde em relação aos convencionais?

Pesquisas recentes levantaram algumas dúvidas: a criação dos refrigerantes diet e light parece que se tornou uma senha de liberação do consumo dessas bebidas, já que as calorias foram reduzidas praticamente a zero. Por serem isentos de calorias, os refrigerantes light e diet acabam virando acompanhantes de refeições mais calóricas, já que não agregam mais calorias a elas. Em contrapartida, estas bebidas contêm ingredientes artificiais como acidulantes e corantes, que não são recomendados em excesso. Além disso, também possuem cafeína, que se por um lado ajuda a diminuir a fadiga e tem ação diurética, também pode causar hipertensão e taquicardia quando consumida em altas quantidades.

E será que as versões diet e light não engordam mesmo?

A bomba foi detonada por um estudo publicado no periódico científico americano Circulation. Os pesquisadores acompanharam nove mil pessoas de meia-idade durante quatro anos e concluíram que os indivíduos que consumiam um ou mais refrigerantes por dia tinham 31% de chances a mais de desenvolver obesidade, 25% mais risco de ter triglicerídeos elevados e 32% mais propensão de apresentar baixos níveis de colesterol bom em comparação aos que consomem menos. Enfim, apresentaram um aumento de 48% na prevalência da síndrome metabólica, uma associação de problemas como resistência à insulina, colesterol ruim elevado, hipertensão arterial e gordura abdominal. Segundo os autores da pesquisa, o mais impressionante foi o fato de o risco aumentar tanto para quem consome refrigerantes diet quanto para os que tomam a versão normal. Uma das hipóteses levantadas pelos pesquisadores para tal fato, é que os refrigerantes, em versão diet ou não, são altamente adocicados. Isso poderia fazer com que a pessoa ficasse mais propensa a consumir doces. Ou, ainda, que o caramelo dos refrigerantes poderia promover o desenvolvimento de complexos de açúcar, que, por sua vez, poderiam resultar na resistência à insulina, causando inflamação."

Fonte: blog VP - Nutrição Funcional - nutricionista Juliana Geraix

Tomar refrigerante acompanhando uma refeição... veja o que essa loucura causa:

A cafeína dificulta a passagem da comida do estômago para o intestino, atrapalhando a digestão.

Os do tipo cola podem comprometer a absorção do ferro da refeição, aumentando o risco de uma anemia.

O gás aumenta o volume do estômago e você acaba comendo mais para se sentir satisfeita.

Se estufa o estômago, deixa a barriga saliente - essa dica serve para quem preocupa-se mais com a vaidade do que com a saúde!

Enfim, o consumo de refigerante não traz nenhum benefício para o corpo.
Simplemente, ele mexe com o paladar, principalmente de quem está acostumado com um grande consumo de alimentos doces - quanto mais ingestão de açúcar, mais o paladar vai acostumando-se com o sabor doce artificial; logo, quando a pessoa come algum alimento naturalmente doce, acha-o "sem gosto" - é o caso de quem adoça frutas para consumi-las...


Resista, passe longe, tome água ou um suco de frutas!

E para quem não resiste ao sabor gasoso, experimente o refrigerante caseiro.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Óleos - um pequeno guia


Os óleos devem preferencialmente ser usados crus, em saladas e pratos depois de prontos. Não devem ser aquecidos, pois, neste caso, há formação de substâncias tóxicas, como a acroleína.

São mais indicados os óleos prensados a frio e não-refinados que mantêm o sabor, cor e nutrientes.

Quais os melhores?
Oliva, coco, gergelim, linhaça, girassol, sementes de uva.

Cuidado! O calor e a luz podem alterar a propriedade dos óleos. Portanto, estes devem ser mantidos na geladeira, fechados e em recipientes opacos para evitar que fiquem rançosos, com gosto ruim e mau cheiro.


Mix de Óleos

Ingredientes

100 ml de azeite prensado a frio
50 ml de óleo de linhaça prensado a frio
Temperos secos a gosto (alecrim, manjericão, manjerona)

Como fazer

Misturar o azeite e o óleo de linhaça.
Adicionar os tempero secos.
Armazenar em recipiente de vidro opaco, bem fechado, na geladeira.