A cozinha é o lugar mais reconfortante da casa porque nele encontramos alimento para o corpo e para a alma. Deixe a Natureza entrar na sua e esqueça os produtos feitos pela indústria alimentícia em geral, que não coloca amor nesse ato nem está preocupada com a saúde do seu organismo e o de sua família!

Esse é um dos segredos de manter o bem-estar - não entregue essa função vital a terceiros - ponha a mão na massa, deixe a preguiça de lado e estabeleça como prioridade fazer a comida que vai mantê-lo longe das doenças!

quarta-feira, 18 de março de 2009

Simplicidade

Quanto mais o tempo passa, mais me convenço de que a simplicidade é a chave que abre todas as portas.
Simplicidade ao falar, ao agir, ao vestir-se, ao comer... enfim, ao viver.
Podemos complicar as coisas ao máximo, sem encontrar solução e num determinado momento, perceber que a resposta estava na forma simples de elaborar, bem à frente dos nossos narizes.
Hoje em dia, é comum chegarmos em casa, depois de um dia de correria estressante e não termos a menor vontade de cozinhar.
Então, para muitos a solução é a comida congelada, o miojo, o pacote de salgadinhos...

Apresento uma alternativa bem simples e bastante nutritiva, feita básicamente com elementos crus - apenas o pão é assado.
Dois elementos para ter na cozinha sempre: sementes germinadas (produção contínua que oferece alimento fresco diariamente) e pão árabe integral (boa fonte de carboidratos).
Os ingredientes do recheios podem variar e seguir o gosto do freguês, mas devemos priorizar os crus e evitar industrializados como maionese, mostarda, ketchup, molhos prontos etc.

Na sugestão mostrada, usei:

um tomate picadinho
um dente de alho grande fatiado finamente
sementes germinadas de girassol
orégano
azeite de oliva
shoyu











Simples e saudável: uma combinação a ser incluída no cardápio diário!

quarta-feira, 11 de março de 2009

É tão simples germinar sementes...

... uma brincadeira de criança e o resultado é alimento de qualidade superior!

Aprenda com a Ana Branco:

sábado, 7 de março de 2009

Multimistura

A nutróloga Clara Brandão, criadora da multimistura

Falamos em outros posts, sobre fontes de cálcio e ferro, a respeito do valor nutricional da multimistura, além de apresentar um texto mostrando sua exclusão de um programa do governo.

Agora nesse post, reproduzimos texto com a posição do CFN (Conselho Federal de Nutricionistas) sobre a multimistura, opinião partilhada pela Anvisa.
É uma questão polêmica, que parece estar bem além do valor da mistura em si...

CFN DEFINE POSIÇÃO SOBRE MULTIMISTURA
Multimistura: A Posição do CFN


Na década de 80, a partir de idéias e práticas preconizadas desde 1975, houve uma ampla difusão da utilização de recursos alimentares não convencionais, como forma de melhorar e/ou recuperar o estado nutricional especialmente de gestantes, nutrizes e crianças de baixo peso.

Tratava-se do emprego de um composto de baixo custo, obtido a partir de alimentos mais comumente utilizados na nutrição animal, como os farelos, adicionado de folhas e sementes secas e trituradas, denominado "multimistura" (M.M).

Somente no início da década de 90, houve a mobilização da comunidade científica na tentativa de avaliar a verdadeira eficácia do produto, ocasião em que várias entidades governamentais da área de saúde, instituições de pesquisa e ensino superior, divulgaram resultados de pesquisas básicas e experimentais que demonstravam a fragilidade dos argumentos utilizados em favor de supostos benefícios à saúde humana. Tais estudos podem ser resumidos nos seguintes pontos:

o 1 - A "multimistura" é apenas uma farinha elaborada a partir de subprodutos alimentares que contem características químicas muito próximas, senão similares, a outros farelos e cereais, não possuindo qualquer atributo que lhe possa garantir a riqueza nutricional alegada por seus adeptos;

o 2 - A quantidade de "multimistura" utilizada na alimentação, é muito pequena e pouco contribui para a melhoria da qualidade nutricional da dieta, apesar do conteúdo nutricional de cada um de seus componentes. Além disso, a presença de fatores anti-nutricionais como o ácido fítico, encontrado nos farelos, e o ácido cianídrico, encontrado nas folhas de mandioca, prejudicam a biodisponibilidade de minerais como o zinco, o ferro, o magnésio e o cálcio presentes na dieta habitual;

o 3 - Os farelos de trigo e arroz podem ser considerados boas fontes de fibras alimentares, com grande capacidade de absorção de água, além de representar uma fonte importante de vitaminas E e do complexo B, mas um aumento de ingestão de fibras por pessoas que ingerem quantidades insuficientes de proteína pode reduzir o balanço de nitrogênio, prejudicando ainda mais o estado nutricional;

o 4 - Em relação a folha de mandioca e da semente de abóbora, a maioria das pesquisas ressalta os elevados conteúdos protéicos desses produtos, não mencionando o seu conteúdo de oligoelementos, que foi o principal motivo da disseminação dos mesmos na alimentação humana.

o 5 - No farelo de trigo e de arroz, o ácido fítico está presente em grande concentração constituindo um fator anti-nutricional que interfere na biodisponibilidade de minerais, tais como zinco, cálcio magnésio, e provavelmente ferro.

o 6 - Em relação ao pó da casca do ovo destaca-se que, embora seja um produto rico em cálcio, não há pesquisas conclusivas quanto a biodisponibilidade deste elemento. Sabe-se apenas que a forma de preparo e de ingestão do produto interfere negativamente na absorção do cálcio;

o 7 - A concentração do ácido cianídrico é mais elevada nas folhas da mandioca do que na raiz da mandioca e a forma de reduzir de maneira significativa o teor dessa substância envolve técnicas demoradas, que não condizem com a forma de preparo do pó preconizado atualmente, podendo ser prejudicial à saúde da população;

o 8 - Foi observado processo de rancificação em amostras do produto, em decorrência do seu conteúdo lipídico e da carga microbiana indesejável que se apresenta muitas vezes em níveis inaceitáveis para o consumo humano;

o 9 - Várias pesquisas experimentais com animais e crianças de baixo peso constataram que a utilização do produto não foi capaz de promover a recuperação do peso corporal dos usuários.
Em 1996, com base nessas conclusões, o CFN, ciente de seu compromisso com a saúde da sociedade, emitiu um parecer sobre os aspectos técnicos e éticos envolvidos na questão, que teve grande repercussão entre os nutricionistas e as entidades que utilizavam ou recomendavam a "multimistura" em seus programas de assistência alimentar e nutricional. Já naquela época, o posicionamento do CFN indicava "a necessidade de se intensificar as pesquisas e o controle de qualidade do produto".

Ao longo desses anos o assunto continuou gerando diversas polêmicas, tanto do ponto de vista nutricional, sanitário e microbiológico, quanto do preceito na segurança alimentar, provocando a mobilização de diversas instituições governamentais, entidades cientificas, instituições de ensino superior através dos seus departamentos e centros de pesquisas, com o objetivo de alertar as entidades governamentais sobre a necessidade de se posicionar-se em com relação ao tema, o que redundou na criação do Grupo AD HOC de Multimistura, com objetivo discutir o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade para a MM, cujos subsídios foram encaminhados ao MS.
O CFN esteve presente de forma marcante em todo esse processo.
Dentre as repercussões desse trabalho, a ANVISA publicou a Resolução nº 53, de 15 de junho de 2000 (DOU de 19/06/2000), que fixa a identidade e as características mínimas de qualidade para a "mistura à base de farelo de cereais", abrangendo sua composição obrigatória e opcional, dentre outros itens.

NOTA: Essa Resolução 53, de junho de 2000, já foi revogada.
A que está em vigor hoje é a Resolução RDC nº 263, de 22 de setembro de 2005.
A nova Resolução diz, entre outras coisas, o seguinte:

"A utilização de espécie vegetal, parte de vegetal ou de produto que não são usados tradicionalmente como alimento, pode ser autorizada desde que seja comprovada a segurança de uso, em atendimento ao Regulamento Técnico específico."

E também:

"7. REQUISITOS ADICIONAIS DE ROTULAGEM:

7.1. Misturas à Base de Farelos:

a) deve constar, obrigatoriamente, a seguinte advertência, em destaque e em negrito: "O Ministério da Saúde adverte: não existem evidências científicas de que este produto previna, trate ou cure doenças"; e

b) é vedada a indicação do produto para suprir deficiências nutricionais."
http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=18822&word=

Após essa breve retrospectiva, o CFN entende que ainda existem diversos aspectos a serem considerados:

o1º - A difusão de alternativas alimentares, como qualquer medida compensatória, assistencialista ou paternalista para aplacar a fome, tem caráter imediatista, portanto, sua recomendação não pode perder de vista a necessidade de inseri-lá no âmbito das políticas estruturais e ser tratada na totalidade social e econômica que a originou;

o 2º - É necessário estabelecer a diferença entre aproveitamento integral dos alimentos e outras práticas alimentares de caráter discriminatório. A primeira prevê utilização de brotos, folhas e talos de vegetais, os quais, através de técnicas culinárias adequadas, podem contribuir para melhorar o aporte vitamínico e mineral das refeições, coerente, portanto, com os princípios da alimentação saudável;

o 3º - Considera-se pertinente, oportuno e atual o conteúdo do Informe Técnico da UNICAMP, quando afirma que "o valor nutritivo de qualquer alimento não pode ser estabelecido unicamente com base na quantidade (dosagem química) de seus nutrientes, uma vez que sua qualidade nutricional é determinada por uma série de fatores como: equilíbrio entre seus contribuintes, as interações entre os diversos compostos da dieta, o estado fisiológico do indivíduo, as condições de processamento e de armazenagem e a ocorrência de fatores anti-nutricionais";

o 4º - O declínio dos índices de desnutrição e mortalidade infantil que ocorreu no Brasil nas últimas duas décadas, deve ser creditado à melhoria das condições de saneamento básico, à ampliação do acesso da população às ações básicas de saúde, com destaque especial ao acompanhamento do crescimento e desenvolvimento, controle das doenças diarréicas, vacinação, incentivo ao aleitamento materno, maior cobertura do atendimento pré-natal, e a efetividade de alguns programas sociais.

Diante disso, o Plenário do CFN conclui que, antes de qualquer ação pontual, é importante reforçar o cumprimento dos preceitos contidos na Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), o qual constitui uma estratégia adequada ao atendimento das necessidades alimentares e nutricionais da população brasileira, atendendo a amplitude da Segurança Alimentar e Nutricional.

Diante do exposto, orientamos os profissionais para a observância do código de ética, capítulo I, artigos 1º, 2º e 3º, não devendo a multimistura ser prescrita, nem recomendada pelo nutricionista.

http://www.cfn.org.br/novosite/conteudo.aspx?IDMenu=61


Em 2006, após a leitura desse parecer, mostrei-o à Cida Miranda (Instrutora de Alimentação Enriquecida), em sua comunidade no orkut, Alimentação Enriquecida, a fim de obter seu posicionamento:

A multi-mistura nada mais é do que um complemento alimentar. Enquanto a comunidade científica debate sobre seus efeitos benéficos ou colaterais, pessoas preocupadas com a comunidade como a Doutora Clara Brandão tomam a iniciativa e criam alternativas para os que sofrem com a desnutrição e a pobreza neste país.

"A nutróloga Clara Brandão, Coordenadora de Orientação Alimentar da Secretaria de Políticas de Saúde do Ministério da Saúde, trabalha há 30 anos na busca de uma infância brasileira menos desnutrida e subnutrida. Inventora da multimistura – uma farinha composta por farelo de arroz, pó de folhas verdes, de sementes e casca de ovo –, Clara é responsável pela recuperação de inúmeras crianças de todas as regiões do país." (do site http://www.responsabilidadesocial.com/)

No texto que você nos mostrou é mencionada a Resolução nº 53 da Anvisa (já informamos que essa resolução foi substituída por uma mais recente). Esta resolução subdivide os vários tipos de produtos alimentares em grupos e famílias. Com isso designou a Família 27 como sendo a família dos Cereais, Sementes e Seus Derivados e a Família 30 a das Folhas, Caules, Raízes, Temperos e Seus Derivados. Mas em momento algum se refere à não utilização destes produtos.

O Código de Ética do Nutricionista, também citado pelo texto acima, diz o seguinte:

“CÓDIGO DE ÉTICA DO NUTRICIONISTA
CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Art. 1°. O nutricionista é profissional de saúde, que, atendendo aos princípios da ciência da Nutrição, tem como função contribuir para a saúde dos indivíduos e da coletividade.
Art. 2°. Ao nutricionista cabe a produção do conhecimento sobre a Alimentação e a Nutrição nas diversas áreas de atuação profissional, buscando continuamente o aperfeiçoamento técnico-científico, pautando-se nos princípios éticos que regem a prática científica e a profissão.
Art. 3°. O nutricionista tem o compromisso de conhecer e pautar a sua atuação nos princípios da bioética, nos princípios universais dos direitos humanos, na Constituição do Brasil e nos preceitos éticos contidos neste Código.”

Não creio que haja neste código alguma menção sobre a não utilização da multi-mistura.

Segue a entrevista concedida pela Drª Clara Brandão ao site responsabilidadesocial.com:

1) Responsabilidade Social – A senhora pode falar sobre como surgiu a idéia da Multimistura e um pouco da história de como foi implementada no país?

Clara Brandão – Em 1974, fui morar no Pará e no primeiro dia no ambulatório levei um susto: todas as crianças estavam desnutridas. “É sempre assim”, justificou uma enfermeira que trabalhava no lugar. Parti para um levantamento do número de crianças desnutridas naquele município, com 100 mil habitantes, e constatei que na área urbana 77,7% das crianças com menos de 5 anos sofriam de desnutrição. Os casos de desnutrição grave e moderada chegavam a 33% e, na época, não existia nenhum programa de suplementação alimentar. A partir desses números, com o apoio do voluntariado da LBA, montamos 13 creches, com um total de 390 crianças desnutridas, numa tentativa de reverter esta situação. Ainda assim, a verba para alimentação era muito pequena e as crianças continuavam a sofrer com a doença, cujo principal sintoma era a diarréia. Fiquei muito preocupada, pensei em fechar o local, pois vi que estava ajudando pouco e expondo as crianças a um risco maior de contaminação, dada a quantidade de diarréia na creche. A situação era desesperadora quando fui visitar uma plantação de pimenta-do-reino e vi um pozinho no pé da pimenteira e perguntei o que era aquilo. “Isso aqui é farelo de arroz que ninguém usa. É bom para a planta crescer e se fortalecer”, disseram. Fui pesquisar na tabela de composição de alimentos e vi que era uma grande fonte de minerais e vitaminas. Como se tratava de um produto inofensivo, mas muito rico nutricionalmente, testei o farelo num almoço com minha família e todos aprovaram o sabor. Comecei a usar nas refeições da creche e, em três dias, acabaram os casos de diarréia. Depois de um mês, as crianças estavam tão diferentes... Pareciam flores desabrochando.
Tudo começou assim.

2) RS – Quais as principais vantagens da multimistura?

CB – Hoje a multimistura é composta dos seguintes alimentos: farelo de arroz e/ou trigo, pó de folhas verdes (principalmente da mandioca, batata-doce ou abóbora, etc.), pó de sementes (gergelim, linhaça, semente de abóbora, melancia, melão ou girassol, etc.) e pó de casca de ovo. É um poderoso concentrado de minerais e vitaminas. Toda a metabolização de carboidratos, proteínas e gorduras depende de minerais e vitaminas para serem aproveitados pelo organismo. Com a multimistura, portanto, é possível maximizar o alimento disponível para a nutrição do corpo. A mudança acontece em questão de dias. Quanto mais grave a desnutrição e menor a faixa etária das crianças, melhor é a resposta ao tratamento com a multimistura. Posso dizer que numa média de três a quatro meses, a criança sai, totalmente, do estado de desnutrição. O melhor é que todos os componentes da multimistura estão disponíveis em qualquer lugar no mundo. A população sempre utiliza o que tem no local, basta aprender a técnica de sua preparação. Além disso, não custa caro implementar o programa. Só é preciso que algum técnico vá até o local pra formar multiplicadores e leve, com ele, o mínimo de material instrucional.

3) RS – Como a idéia se disseminou?

CB – Comecei a apresentar os resultados em congressos, simpósios. A Unicef levou muita gente para conhecer o projeto, inclusive o próprio representante da entidade no Brasil. Em 1983, enviamos duas pessoas do nosso projeto para oferecer treinamento à Pastoral da Criança, que estava começando a surgir. A Pastoral incorporou a idéia e, ao longo dos anos, conforme foi se expandindo por todo o país, a idéia foi indo junto. Praticamente todas as 20 mil comunidades atendidas pela Pastoral atualmente têm a multimistura. Várias outras Organizações Não-Governamentais, diversos municípios e estados adotaram a técnica, que também está presente em 12 países, como Estados Unidos, Angola, Moçambique, Timor Leste. Hoje é domínio público: aonde você vai tem gente usando farelo, as sementes, as folhas verdes e a casquinha de ovo. Belo Horizonte, por exemplo, está há nove anos usando a multimistura, consumindo uma média de mais de 340 toneladas.

4) RS – Na sua opinião, quais providências de maior emergência devem ser tomadas para solucionar a questão da fome, da subnutrição e desnutrição no país?

CB – Nutrição precisa ser trabalhada de duas principais maneiras. A primeira deve considerar a importância de prevenir o que chamamos de ‘origem fetal das doenças crônico-degenerativas’. A criança que nasce desnutrida, além de sofrer com todos os problemas comuns à desnutrição, tem maiores chances de ser diabética, hipertensa e ter doenças do coração na vida adulta. É preciso criar hábitos saudáveis, e não apenas encher a barriga do povo. É preciso fazer com que o povo aprenda a comer melhor dentro daquilo que pode e tem disponível – os elementos da multimistura, por exemplo, estão presentes em todos os cantos do país e são extremamente baratos. A segunda maneira deve considerar a existência dos ‘alimentos nutracêuticos funcionais’ ou alimentos inteligentes. São aqueles que podem não apenas manter a sua saúde, mas também previnem, retardam e curam doenças. Um exemplo: o ácido fólico pode evitar a ocorrência de fissura palatina. Imagine se esse elemento passasse a enriquecer a merenda escolar que é servida nas escolas – o Exército doa 300 mil refeições e o governo paga outras 40 milhões. Seria uma mudança significativa. Se nesse contingente fosse trabalhada a questão de se alimentar bem, a transformação seria incrível. Achocolatado, pão, açúcar – além de não serem saudáveis, custam caro. O leite líquido em crianças pequenas provoca microhemorragia intestinal e, por conseqüência, anemia. Se esses alimentos fossem substituídos por outros mais saudáveis e com base nos produtos que temos disponíveis, as crianças seriam mais saudáveis e o governo poderia aumentar a abrangência do programa,
dada a economia que faria. Outro exemplo, um levantamento feito em outubro de 2002, mostrava que no café da manhã daquele mês gastava-se 35% do salário mínimo para alimentar seis pessoas com um pão com margarina e uma xícara de café-com-leite. Se fizesse um café da manhã com cuscuz ou polenta e apenas uma xícara de café, gastaria-se apenas 10% do salário mínimo. Hoje, se 10% da farinha de trigo consumida no país fosse trocada por polvilho de mandioca, seria feita uma economia de R$ 20 milhões em importação de trigo. Além disso, seriam gerados quase 80 mil empregos no campo em um ano. Eu pergunto: por que as pessoas comem tudo à base de trigo e leite quando há tanta alergia a essas substâncias? O governo deveria estimular as pessoas a usarem o que o país produz. Por que comer bolo de trigo sempre e não bolo de mandioca? Ou mandioca frita ao invés de batata frita? Com tais informações, os brasileiros fariam isso e economizariam muito, além de estarem se alimentando muito melhor.

5) RS – O que a senhora entende por Responsabilidade Social?

CB – Creio que, individualmente, todos têm que fazer sua parte – isso é responsabilidade social. O governo tem que dar instrumentos aos voluntários para executar o voluntariado. Se cada um de nós não tomar uma atitude, pode estar fazer mal para o mundo inteiro. As atitudes boas também ecoam da mesma maneira, só que beneficamente. Por isso a importância de estar bem informado, para tomar a atitude certa.


Quem tiver interesse em aprofundar-se no assunto, há muitos outros textos, entre eles:
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-59702002000100007&script=sci_arttext

domingo, 1 de março de 2009

Plantando a sua comida

O vídeo que segue é indicação de um amigo de longa data, Jivan, que conheci no orkut e com o qual troquei muitas informações (aliás, ainda trocamos...):