A cozinha é o lugar mais reconfortante da casa porque nele encontramos alimento para o corpo e para a alma. Deixe a Natureza entrar na sua e esqueça os produtos feitos pela indústria alimentícia em geral, que não coloca amor nesse ato nem está preocupada com a saúde do seu organismo e o de sua família!

Esse é um dos segredos de manter o bem-estar - não entregue essa função vital a terceiros - ponha a mão na massa, deixe a preguiça de lado e estabeleça como prioridade fazer a comida que vai mantê-lo longe das doenças!

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Gelatinas em pó têm muito açúcar e pouco colágeno

Algas, a opção saudávelTexto publicado na Folha de São Paulo, por Flávia Mantovani, edição de 03/03/09:

"Apesar de ser uma sobremesa muito consumida por crianças, a gelatina não deveria fazer parte da alimentação infantil. É o que afirma a Pro Teste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor) após avaliar 11 pós para preparo do produto sabor morango: quatro na versão tradicional, quatro na versão diet e três na versão zero.

Por conterem adoçantes, as versões sem açúcar já não eram recomendadas para crianças saudáveis. Mas o levantamento mostrou que mesmo as versões tradicionais não são indicadas.

Um dos problemas é que duas das marcas (Royal e Dr. Oetker) possuem adoçante mesmo nas versões tradicionais. Segundo a Pro Teste, a informação não tem o destaque necessário no rótulo. Nos dois casos, as embalagens trazem personagens ou promoções voltados para o público infantil.

"A quantidade de adoçante que cada um deve ingerir por dia é calculada com base no peso da pessoa. No caso da criança, é bem mais fácil atingir a dose máxima. Por isso, a não ser que ela seja diabética ou tenha acompanhamento de um especialista, não deve ingerir adoçantes", diz a nutricionista Manuela Dias, pesquisadora de alimentos da Pro Teste.

Outro problema detectado foi excesso de açúcar. A média nas versões tradicionais foi de 7,9 g por porção, que equivale a um copo, ou 120 g, de gelatina pronta. O valor ultrapassa até a quantidade que adultos devem consumir: no máximo 7,5 g em um lanche. Para crianças de um a três anos, o valor é de 3,9 g. O produto da Bretzke foi o mais açucarado: 10,9 g por porção.

A Pro Teste destaca outra questão que considera preocupante: todas as gelatinas tinham o corante artificial amarelo crepúsculo, que vem sendo relacionado à propensão à hiperatividade infantil. No Reino Unido, a substância é proibida.

As crianças são as mais vulneráveis aos corantes em geral, diz a nutricionista Edira Gonçalves, professora da UniRio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro). Segundo ela, o consumo excessivo pode debilitar o sistema imune, favorecendo doenças como gripes.

A nutricionista lembra que a gelatina é apenas um dos produtos ricos em corante no mercado. Ela orientou uma pesquisa, publicada em 2008 na revista "Ciência e Tecnologia de Alimentos", que avaliou o consumo de gelatina, refresco em pó e refrigerante por 150 crianças. Concluiu que esses alimentos são muito comuns na dieta infantil e introduzidos bem cedo: em relação à gelatina, até um ano de idade em 95% dos casos.

Pouco nutritiva

Se a presença de colágeno é o motivo para dar gelatina às crianças, Manuela Dias diz que não vale a pena. A quantidade encontrada não ultrapassou 2 g -apesar de não haver consenso, a Pro Teste diz que alguns estudos sugerem que seriam necessários 10 g diários para haver benefícios.

"Quem consumir com essa finalidade está se enganando. Uma pessoa saudável consegue repor o colágeno apenas com uma dieta normal, rica em proteínas."

Para Dias, a gelatina é "um pó de aditivos, corantes e edulcorantes", e os pais devem preferir alimentos mais saudáveis, como iogurte e frutas. "Como a gelatina é docinha e colorida, as crianças gostam. Mas é um alimento totalmente artificial, não tem nada de morango, por exemplo, só o aditivo."

Ela diz que não há problema na ingestão de gelatina por adultos -pode ser uma boa opção para quem quer emagrecer, por exemplo. "As pessoas só não devem pensar que estão ingerindo algo nutritivo."

Além das questões nutricionais, foram constatados problemas em rótulos, como falta de informação sobre a presença de sódio e falta da data de fabricação --o dado não é obrigatório, mas a Pro Teste recomenda. A associação defende que se crie uma norma para regular gelatinas que defina parâmetros como quantidade de açúcar e de colágeno."

Sugerimos, para crianças e adultos, o consumo de gelatina agar-agar (uma variedade de alga) - pode-se fazê-la da maneira simples, cozinhando o pó em água, deixando amornar e adicionando suco e pedaços de frutas de sua preferência.
A agar-agar também pode ser usada em musses e sorvetes, procure as receitas aqui no blog.


2 comentários:

Anônimo disse...

Que post elucidativo! Eu consumo muita gelatina mas sempre desconfiei das cores tão vivas e o sabor muito doce, concordo completamente com a falta de informação nos rótulos e posso dar um exemplo, prefiro gelatina vegetal a animal, e a não ser que diga no pacote eu não consigo saber que tipo de gelatina estou consumindo. Aliás vegetal apenas ainda encontrei já prontas, nunca daquelas para fazer em casa. O agar agar está sem dúvida nos meus planos, não só é vantajoso saber o que estou a comer como também posso não adicionar açúcar.

Vera Falcão disse...

A gelatina que conhecemos, essa colorida e que as crianças adoram, é feita com restos de animais: ossos, peles e tendões de bois e vacas (geralmente) bem fervidos. E o colorido e o aroma são totalmente artificiais... com a alga agar agar em pó ou em flocos (mais difícil de encontrar), fazemos uma gelatina deliciosa, adicionando sucos, frutas ou legumes - a consistência é a mesma e o sabor muito melhor!