Sugeri a ela uma atividade com germinação de sementes, para serem usadas em suco de frutas, na hora do lanche. Como gostou da ideia (como é difícil escrever ideia sem o velho acento...), levei sementes de girassol que as crianças puseram para germinar na última aula (dia 27). Depois, Adriana carregou as sementinhas para casa e seguiu os outros passos do processo. Hoje, elas já mostravam o "rabinho" para fora da casca. Fui até lá para ajudá-la com o seguimento da atividade.



...e virou o delicioso suco comemorado com um brinde (da esquerda para a direita): Angel, Natália, Laura, Ísis, Adriana, Davi e Gabi.

O Grupo Cuidado que Mancha (quem não conhece ainda A Família Sujo?) é quem dirige o Casarão Verde, um espaço lindo e criativo.
Algumas considerações sobre alimentação infantil:
Crianças acostumadas a adoçar tudo que consomem não gostam do sabor do suco natural nem de comer sementes; também há uma resistência a experimentar o novo, possivelmente, porque esse não foi um hábito criado desde a primeira infância; muito sal e muito açúcar, produtos industrializados cheios de aditivos, deformam o paladar, fazendo com que só encontrem prazer na comida muito temperada e desprezem os sabores originais dos alimentos.
O ideal é que durante o primeiro ano de vida da criança não usemos sal nem açúcar na sua alimentação e que seja introduzida (após os 6 meses de aleitamento materno exclusivo) a maior variedade de alimentos possível, respeitando a "lei dos 4 dias" (aguardar quatro dias após introduzir um alimento novo, observando se não acontecem reações alérgicas a ele). Assim, a criança conhecerá os sabores amargo, picante, ácido, salgado e doce, em sua forma pura, sem a adição de substâncias que os mascaram e poderá, entre toda essa variedade, selecionar os que mais lhe agradam.
Mas se houver consumo excessivo de danoninhos, toddynhos, biscoitos recheados, balas, bombons, salgadinhos e outras criações da indústria que estimulam exageradamente o paladar (e até o comportamento infantil), dificilmente a criançada irá apreciar o sabor das frutas sem açúcar ou dos legumes e verduras sem sal - o ideal é não adoçar artificialmente, mas caso não seja possível a exclusão, optar pelo açúcar mascavo, mel ou melado, em pequenas quantidades; quanto ao sal, usá-lo também com parcimônia e o sal marinho, não o refinado. Há uma substância, o glutamato de sódio, encontrada em grande parte de produtos industrializados, como o tempero dos miojos que as crianças adoram, que é, literalmente, um veneno.
Já existem vários estudos científicos publicados que associam a alimentação artificial que nossas crianças consomem à existência de problemas como a hiperatividade, além da obesidade, diabetes e até hipertensão.
Para modificar uma dieta, tornando-a mais saudável, é indicado o processo de trocas, isto é, vamos substituindo alimentos gradativamente, por exemplo: cortar definitivamente o açúcar branco, trocando-o primeiro pelo cristal, depois pelo mascavo e aos poucos diminuindo as quantidades diárias, para que não haja um choque e surjam sintomas de privação, pois o organismo reclama da ausência de uma substância ao qual estava acostumado (podemos dizer, viciado...). Devagar, a criança acostumará com o novo sistema e com o passar do tempo, perceberemos alteraçõs positivas na sua saúde física e mental.
Certamente, no início haverá maior dificuldade (choro, ranger de dentes e reclamações), pois a mudança de hábitos requer paciência e constância (de toda a família, já que não adianta a criança entrar num regime mais saudável e os demais membros permanecerem ligados aos antigos hábitos, mantidos à sua frente - por exemplo, ela ter que eliminar o refrigerante diário e colocarem uma enorme garrafa dessa bebida sobre a mesa, durante as refeições - nesse caso, onde fica a lógica do processo?