A cozinha é o lugar mais reconfortante da casa porque nele encontramos alimento para o corpo e para a alma. Deixe a Natureza entrar na sua e esqueça os produtos feitos pela indústria alimentícia em geral, que não coloca amor nesse ato nem está preocupada com a saúde do seu organismo e o de sua família!

Esse é um dos segredos de manter o bem-estar - não entregue essa função vital a terceiros - ponha a mão na massa, deixe a preguiça de lado e estabeleça como prioridade fazer a comida que vai mantê-lo longe das doenças!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Em busca da Araruta Verdadeira 2

Hoje resolvi fazer uma expedição ao Mercado Público, onde constatei que, realmente, não existe a verdadeira araruta à venda.





Entrei em todas as bancas que vendem alimentos secos, comercializando a "fécula de mandioca" - mas o interessante é que na embalagem está escrito FÉCULA DE MANDIOCA (ARARUTA), comprovando que, popularmente, a araruta virou um "pó que serve para engrossar".
Achei engraçada a existência de um produto denominado "amido de milho - maizena", utilizando, descaradamente, a marca MAIZENA na embalagem - essa palavra também já foi incorporada popularmente, assim como chamam gillete à lâmina de barbear.
É o que acontece também com o açafrão: o verdadeiro é caríssimo e necessita de milhares de flores para fazer uma pequena quantidade - o açafrão comercializado é o açafrão-da-terra, também denominado curcuma.
Veja aqui.

Falei a alguns lojistas que araruta não era fécula de mandioca, o que os deixou bem surpresos, de olhos arregalados, me olhando com espanto - certamente, não vão retirar os saquinhos das prateleiras e as pessoas vão continuar comprando assim mesmo, já que o que elas querem é o "pó que serve para engrossar".



Visitei até a Loja da Reforma Agrária, que vende alimentos produzidos pela agricultura familiar e também não souberam me informar de algum agricultor que estivesse plantando araruta no RS - igualmente não a vendiam - vi uns biscoitos de araruta na prateleira, mas certamente eram feitos com outro ingrediente...

Conversei com os donos da Macrobiótica Sauer, que concordaram comigo: é muito difícil encontrar araruta.

Saí de lá me certificando de que as pessoas compram fécula de mandioca mas chamam-na de araruta.

8 comentários:

Anônimo disse...

Muito bacana seu blog viu!
me conta, como vc poe soundtrack no seu blog? sempre quis por uma musiquinha nos meus blogspots e nunca descobri como faz!

Vera Falcão disse...

Ellen, é o seguinte: criei aquele slide-show e uma das opções era colocar a trilha sonora - então vc clica ali no SLIDE - FAÇA O SEU que vem tudo explicadinho.
obrigada por achar o blog bacana, um abraço!

Anônimo disse...

Nós temos o verdadeiro amido de araruta, feito artesanalmente desde a colheita ate a secagem.se tiver interesse a quantidade não é muita mas temos para venda...Maria da Conceição Todon
Um abraço, agradeço esta excelente matéria,pena que, brasileiros não sabem dar grande importancia aos nossos produtos, tendo que falcificar e enganar a população...
junior.jx@hotmail.com

Vera Falcão disse...

Publiquei aqui essa indicação a título de curiosidade, mas não tenho indicações quanto à veracidade dela - quem quiser conferir...

Alôcka disse...

A que a gente comia era a verdadeira?ahahahah
Nem responda aqui, responde lá no orkut outra hora, ok?

Vera Falcão disse...

Era sim, engraçadinha... rs
Quando vcs eram pequenos, a saudosa Associação Macrobiótica de Porto Alegre vendia só produtos verdadeiros e confiáveis e a araruta não era fake! Era o legítimo kuzu, inclusive... Infelizmente, a direção caiu em mãos erradas, perderam a formação original, absorveram modismos e foi-se embora um dos lugares que mais apreciava na cidade (incrivelmente, naquele local hoje funciona uma churrascaria...). Beijo!

Fernanda disse...

Me lembro mal, mas acho que era algum doce com araruta e maçã q vendiam lá, só sei que comida igual aquela, nunca mais;
Tem algum lugar em Poa q equivalha ou sequer chegue perto?
E o ambiente, nem se fala.

Vera Falcão disse...

Era um creme de araruta com maçã e passas, bem cozido e não levava açúcar, só o das frutas... delícia! Não tem mais nenhum restaurante macrô na cidade, aliás, uma grande lacuna pedindo que alguém a preencha... tenho saudade mesmo, adorava aquele lugar, a comida, o ambiente, as pessoas, muito aprendi lá, sobre alimentação e sobre a vida! Lembra que tinha um cartaz enorme na parede informando que devíamos mastigar os alimentos umas 400 vezes? Por isso, ninguém quase conversava, era só o ruído furioso da mastigação geral... hehe... eu nunca consegui cumprir o número exato de mastigações, até porque não tinha muito tempo para almoçar, mas quando ia lanchar à tarde, bem que tentava alcançar essa meta... good times!