A cozinha é o lugar mais reconfortante da casa porque nele encontramos alimento para o corpo e para a alma. Deixe a Natureza entrar na sua e esqueça os produtos feitos pela indústria alimentícia em geral, que não coloca amor nesse ato nem está preocupada com a saúde do seu organismo e o de sua família!

Esse é um dos segredos de manter o bem-estar - não entregue essa função vital a terceiros - ponha a mão na massa, deixe a preguiça de lado e estabeleça como prioridade fazer a comida que vai mantê-lo longe das doenças!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

A glorificação da soja


Esse artigo informa que doenças relacionadas à tireóide estão proliferando na população e dá dicas de alimentação natural para contornar o problema.

Doenças na tireóide

As desordens na tireóide já atingem mais de 200 milhões de pessoas no mundo todo, e podem ou não vir associadas a outras doenças. O tratamento na maioria das vezes é baseado em reposição hormonal, mas a alimentação natural também tem papel importante na melhora e na prevenção do problema.

É impressionante como tem aumentado o número de casos de pessoas com distúrbios na glândula tireóide. Para se ter uma ideia melhor, hoje já são mais de 200 milhões de pessoas com esse problema em todo o mundo. E a maioria dos casos acontece entre mulheres em pós-menopausa, com mais de 50 anos. O problema também pode vir associado a vitiligo, síndrome de Down, diabetes tipo 1, depressão, doença celíaca e câncer de mama (1).

O distúrbio na tireóide mais comum é o hipotireoidismo. Caracterizado pela diminuição na produção/ação dos hormônios T3 e/ou T4, ele pode ser causado por: predisposição genética, tireoidite de Hashimoto (doença auto-imune), desordens no hipotálamo (glândula responsável pela produção de hormônio tireoestimulante - TSH), ou também pode aparecer como consequência do tratamento do hipertireoidismo (doença caracterizada pela aceleração das funções da tireóide). No hipotireoidismo há uma diminuição da taxa metabólica, ao contrário do que acontece no hipertireoidismo (2).

O tratamento para a maioria desses casos é baseado em medicamentos para reposição hormonal, sendo que no hipertireoidismo pode ser necessária uma interferência cirúrgica antes.
Mas além do tratamento médico, é importante lembrar que uma alimentação natural adequada pode tanto potencializar os efeitos do tratamento como ajudar a prevenir esses distúrbios.

Confira as dicas:

- alimentos ricos em selênio – além da ação antioxidante e facilitadora do processo de eliminação de metais pesados do organismo, o selênio também compõe as desiodinases I e II (selenoproteínas responsáveis pela conversão do hormônio T4 em T3). Estudos mostram que o tratamento de casos de tireoidite de Hashimoto tem uma redução significativa dos processos inflamatórios na presença do selênio. O alimento mais rico em selênio é a castanha do pará (ou castanha-do-brasil) (1,2);

- zinco – estudos mostram que a deficiência de zinco pode reduzir os níveis de T3 e T4, provavelmente porque ele é um co-fator da desiodinase II. Ele está presente na semente de abóbora, no gérmen de trigo, nos grãos integrais (arroz integral, feijão, lentilha, grãos de bico, aveia), no levedo de cerveja (1, 2);

- alimentos orgânicos – a alimentação convencional muitas vezes nos coloca em contato com excesso de agroquímicos e de metais pesados que aumentam muito o risco de aparecerem problemas na tireóide. Por isso, quanto mais orgânicos na alimentação, menor o risco desses distúrbios (1);

- evite contato com plásticos - além dos impactos ruins ao meio ambiente, o plástico é feito com componentes prejudiciais à saúde humana, como é o caso dos organoclorados (componentes dos PCBs -bifenis policlorados). Os organoclorados tendem a se acumular no organismo causando prejuízos como lesões na tireóide e redução na ação dos hormônios T3 e T4. Por isso, a recomendação é de evitar ao máximo o contato do plástico com alimentos, quer seja através de recipientes (preferir os de vidro ou cerâmica, por exemplo) ou mesmo de talheres (preferir os de inox, por exemplo) (3, 4).

Referências bibliográficas:
1. GOLDFEDER, R.T. Nutrientes, compostos bioativos e tireóide. CVPE, 2008
2. COZZOLINO, SMF. Biodisponibilidade de nutrientes. Ed Manole, 2005.
3. PELLETIER, C. e col. Energy balance and pollution by organoclorines and polychlorinated biphenyls. Obes Rev. 4:17-24, 2003.
4. BAILLIE-HAMILTON, PF. Chemical toxins: a hypothesis to explain the global obesity epidemic. J Altern Complement Med. 8 (2): 185-92, 2002.

Mãe Terra

As dicas são boas, mas porque quase ninguém cita o consumo excessivo e cada vez mais aceito pela população, dos grãos de soja, como um dos fatores do aumento de doenças da tireóide?

A lecitina de soja, por exemplo, é ingrediente da maioria dos produtos industrializados. Há muitas pessoas (especialmente vegetarianos) que, ao abandonar o consumo de carne e laticínios, trocaram tais alimentos por soja - carne de soja, leite de soja, queijo de soja consumidos diária e compulsivamente - não conseguem alimentar-se e cozinhar sem usar um produto feito com soja!
Obviamente, há um grande incentivo para esse consumo, já que o Brasil é um dos principais produtores de soja - além dos alimentos para humanos, a soja entra na produção de ração para animais, ou seja, consumidores de carne também se alimentam dela!

Agora, vejam dois dos inúmeros artigos e pesquisas já publicados, alertando sobre o consumo excessivo de soja, como alimento principal e diário.

Excesso de soja pode ter efeitos indesejáveis na tireóide
FLÁVIA MANTOVANI
THIAGO MOMM PEREIRA
da Folha de S.Paulo - 03/08/2006

Além da falta de eficácia na reposição hormonal, Clapauch diz que a soja também não previne contra a osteoporose e que o seu consumo excessivo pode ter efeitos indesejáveis na tireóide. "Recebo muitas pacientes com diagnóstico de hipotireoidismo e que consomem muita soja." Ela não se opõe à soja como alimento, mas afirma que quem já tiver predisposição genética para hipotireoidismo não deve exagerar.

Qual é a dose máxima, então? Segundo os pesquisadores ouvidos pela Folha, não há uma quantia definida. "Depende de vários fatores, como a suscetibilidade e o peso de cada organismo. A dose que eu consideraria segura é de até 50 mg de isoflavona por dia, o necessário para trazer benefícios ao colesterol. O resto é exagero", diz Clapauch. Isso equivale, aproximadamente, a 200 g de tofu, 500 ml de leite de soja ou menos de 50 g do grão torrado.

Para o pesquisador neozelandês Mike Fitzpatrick, que fez vários estudos na área, é preciso definir justamente quais são as doses recomendadas para cada grupo.

Ele acredita que há um aumento exagerado do consumo de soja no mundo ocidental e lembra que a soja está "embutida em diversos produtos processados, como cereais, molhos e sobremesas --de acordo com ele, mais de 60% dos alimentos processados no Reino Unido contêm a leguminosa.

Fitzpatrick começou a investigar a soja a pedido de um casal cujos papagaios exóticos eram alimentados com preparados à base de soja. "Alguns ficaram doentes, morreram ou atingiram a maturidade sexual prematuramente ou tiveram problemas de tireóide. Decidimos pedir para um laboratório investigar", relatou à Folha Valerie James, dona das aves.

A nutricionista Lília Zago dos Santos, doutoranda da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), também recomenda o equilíbrio. "A soja tem grande valor nutricional. O que a gente indica é cuidado com o excesso, principalmente para quem tem problemas para absorver nutrientes." Isso por causa de compostos antinutricionais, que dificultam a absorção de minerais como ferro, zinco e cálcio. Quando a soja é cozida ou processada industrialmente, uma parte desses componentes é eliminada. "Mas não há 100% de inativação, e o pouco que fica pode comprometer a absorção, principalmente em pessoas susceptíveis, como crianças, gestantes e idosos. Não é bom abusar", diz Santos.

Câncer e colesterol

Um efeito tido como certo por vários pesquisadores é a redução do "mau" colesterol. De fato, os estudos mostram que a redução é real. Mas um artigo publicado em janeiro pela AHA (American Heart Association) na revista científica "Circulation" mostrou que essa redução, mesmo em quem come grande quantidade de soja, é muito pequena.

O artigo afirma ainda que "nenhum benefício relacionado ao colesterol HDL ["bom" colesterol], aos triglicérides (...) e à pressão arterial foi evidente." O artigo também questiona a função preventiva da soja em relação aos cânceres de mama, de endométrio e de próstata. De acordo com o oncologista Vladmir Cordeiro de Lima, do Hospital do Câncer, em São Paulo, não há evidências que comprovem essa vantagem. "Alguns estudos até mostram propriedades protetoras, mas não há provas sólidas disso."

Transgênicos

A soja é o único alimento transgênico regulamentado no Brasil. Sezifredo Paz, sanitarista veterinário consultor do Idec (Instituto de Defesa do Consumidor), diz que faltam estudos sobre o efeito desse tipo de grão e que "o que mais preocupa é o resíduo de glifosato", um agrotóxico, na soja transgênica.

Já o presidente da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja do Estado do Mato Grosso), Rui Prado, afirma que a soja transgênica usa menos agrotóxicos do que a convencional. "A soja é uma lavoura muito "tecnificada". Por isso, não tem como errar nesses aspectos." Sobre os efeitos à saúde, ele diz conhecer apenas benefícios.

Para Mercedes Carrão Panizzi, pesquisadora da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), a soja acrescenta diversidade à alimentação. Ela faz, no entanto, uma ressalva: "Há centenas de trabalhos sobre soja. Alguns mostram que, em certas pessoas, não há efeitos."

Folha Equilíbrio

Alerta sobre a soja

A soja começou a ser utilizada como alimento durante a dinastia Chou (1134-246 AC), depois que os chineses aprenderam a fermentar os grãos de soja para produzir alimentos como missô e shoyu. Os orientais consomem alimentos de soja em pequenas quantidades, como condimento e não para substituir produtos animais. A maioria dos alimentos modernos de soja não são fermentados para neutralizar toxinas contidas nos grãos de soja e são processados de tal forma que as proteínas são alteradas e os níveis de cancerígenos aumentam.

* Inibidores de tripsina na soja interferem com a digestão de proteínas e podem causar distúrbios no pâncreas.

* Alimentos de soja aumentam a necessidade de vitamina D no organismo, porém a vitamina D sintética, acrescentada ao leite de soja, é tóxica.

* Os análogos à vitamina B12 na soja não são absorvidos e até aumentam a demanda de vitamina B12 no corpo.

* Alimentos de soja contém altos níveis de alumínio, que são tóxicos para o sistema nervoso e os rins.

* O processamento da proteína de soja resulta na formação de lisinoanalina tóxica e de nitrosaminas altamente cancerígenas. Durante o processamento, também é formado glutamato monossódico, MSG, um potente neurotóxico, e quantidades adicionais são acrescentadas a vários alimentos de soja.

* Altos níveis de ácido fítico na soja reduzem a assimilação de cálcio, magnésio e cobre, bem como a biodisponibilidade de ferro e zinco, necessários para a saúde e o desenvolvimento do cérebro e do sistema nervoso. O ácido fítico na soja não é neutralizado por métodos comuns, como deixar de molho, germinar e cozinhar por muito tempo. Alimentos que contém grandes quantidades de ácido fítico causaram problemas de crescimento em crianças.

* Megadoses de fitoestrógenos, no pó de soja para lactentes, são implicados no atual aumento do desenvolvimento sexual prematuro em meninas e no retardamento do desenvolvimento sexual em meninos. Fitoestrógenos na soja interferem na função endócrina e podem causar infertilidade e podem provocar câncer de mama. Vários estudos revelaram que a soja causa infertilidade em animais. O consumo de soja aumenta o crescimento de cabelo em homens de meia idade, indicando níveis reduzidos de testosterona. Tofu era consumido por monges budistas para reduzir a libido.

Fitoestrógenos na soja são potentes agentes antitireóides que causam hipotireoidismo e podem causar câncer da tireóide. Em nenês, o consumo de leite de soja foi associado a uma doença auto-imune da tireóide. Alimentos de soja podem estimular o crescimento de tumores relacionados ao estrógeno e causar problemas na tireóide. A baixa função da tireóide está relacionada a dificuldades na menopausa.

* Em animais, a alimentação com soja mostra que fitoestrógenos na soja são poderosos disruptores endócrinos. A amamentação com soja — que inunda a corrente sangüínea com hormônios femininos, que inibem a testosterona — não pode ser ignorada como possível causa de desenvolvimento alterado em meninos, incluindo o TDAH, transtorno no déficit de atenção e hiperatividade. Meninos expostos a DES, um estrógeno sintético, tinham testículos menores que o normal na fase de maturação.

* Nenês do sexo masculino passam por uma “onda de testosterona” durante os primeiros meses de vida, quando os níveis de testosterona podem atingir aqueles de um homem adulto. Durante este período, o nenê masculino está programado para desenvolver características masculinas na puberdade — não apenas no desenvolvimento dos órgãos sexuais e de outros traços físicos masculinos, mas também na determinação das características cerebrais do comportamento masculino.

* Nenês alimentados com leite de soja têm 13.000 a 22.000 vezes mais compostos de estrógeno no sangue do que nenês que recebem leite em pó comum. O nenê alimentado exclusivamente com mamadeira de soja, recebe diariamente o estrógeno equivalente a, pelo menos, cinco pílulas anticoncepcionais por dia.

* Quase 15% de meninas brancas e 50% de meninas afro-americanas mostram sinais de puberdade, como desenvolvimento dos seios e pêlo púbico, antes dos oito anos de idade. Algumas meninas mostram desenvolvimento sexual antes dos três anos de idade. O desenvolvimento prematuro de meninas foi relacionado ao uso de mamadeira de soja e à exposição a pseudo-estrógenos ambientais como PCBs e DDE.

* O consumo elevado de fitoestrógenos durante a gravidez pode produzir efeitos adversos no feto e, mais tarde, sobre o início da puberdade.

O FDA nunca aprovou a proteína isolada da soja como GRAS (Generally Recognized as Safe), devido à preocupação com a presença de toxinas e cancerígenos na soja processada.
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Fonte: Soy Alert!, Projeto da fundação Weston A Price, Washington, 1999

TAPS

5 comentários:

Angélica Roz disse...

Veraaa, me deixastes doida agora! Te respondi lá no blog tb... :) Nossa, agora fiquei ainda mais louca pelo livro!

Adorei a matéria sobre a soja. Tudo o que é em exceção faz mal... Teve uma época em que eu era viciada em proteína de soja, leite de soja, etc. Agora faz tempo que não como... Depois de ler a matéria, até me deu saudade.

Bjs, bom fim de semana!

Essa chuvinha está tudo de bom para ler as obras da Jane Austen. :D

Angélica Roz disse...

Ops, foi bobagem ali... Tudo o que é em excesso... Não sei porque estava pensando em exceção. hehehe
Agora sim, fui!!

Vera Falcão disse...

hahahahaaa... vale a pena comprar! Paguei 14,39 incluindo o frete, com boleto bancário e levou 5 dias pra chegar - irresistível, não?
A soja virou "substituta" de carne e leite para muita gente - e nem os orientais consomem dessa forma louca: você já comeu pratos com soja em restaurante chinês? eu, nunca... e os livros básicos de macrô também falam pouquíssimo na soja, a não ser na forma fermentada.
Como a soja virou moeda no campo, todo mundo quer plantar e alguém tem que consumir... muitos profissionais da saúde aconselham quase como panacéia e o povo cai na cilada.

Bjs e ótimo findi!

Paola disse...

Oi, Vera!

Primeiramente, gostaria de dizer que adoro teu blog, e me desculpar por nunca ter deixado um comentário. Normalmente, eu leio uma coisa, chego no final e clico em outra, e mais outra, e acabo indo parar em algo tão distante no tempo que já não me parece útil comentar.

Tempos atrás, quando minha mãe decidiu assumir uma alimentação mais natureba (e eu ainda era criança), ela começou mesmo a utilizar muita soja - em especial, a proteína texturizada, para reduzir a ingestão de carne. Eu nunca gostei de carne, mas também olhava torto para a soja. Mais tarde, fui a primeira a implicar com o leite de soja (porque, mesmo nos de sabor "original", exagera-se no aroma de baunilha) e com o creme de soja (experimentei uma vez, e também tinha muita baunilha fake). E olha só a ironia: ela começou com a coisa toda porque descobriu ter hipotireoidismo de Hashimoto (atualmente, eu também desenvolvi o mesmo hipotireoidismo, absorvo pouco - ou gasto em demasia - vitaminas do complexo B e sou suspeita de baixa absorção de zinco).

Enfim... Hoje sou ovo-lacto-vegetariana, mas meu namorado é vegano. Eu estava pensando em fazer um strogonoff de glúten, mas não queria ter de comprar uma caixinha de creme de soja para isso. Tem como fazer um substituto do creme de leite sem utilizar soja?

Beijos, e um ótimo final de semana!

Vera Falcão disse...

Paola, obrigada pelas palavras gentis sobre o blog!
Saiba que muita gente tem problemas com a tireóide e nem desconfia que a causa possa ser o excesso de soja, pois pode estar consumindo sem estar ciente, se não for uma habitual leitora de rótulos...
Olha, já testei algumas receitas de creme de soja e não gostei da textura, mas hoje estou experimentando uma nova, se der certo, coloco num post, especial pra ti, ok? Beijos!